Vigilância Sanitária do Rio interdita farmácia de manipulação por venda de fórmula para prevenir o coronavírus

Publicado em 20/03/2020 - 20:14 | Atualizado
Farmácia em Copacabana foi interditada por várias irregularidades. Foto: Divulgação

Em mais uma ação conjunta realizada com a Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), a Subsecretaria de Vigilância Sanitária do Rio interditou nesta sexta-feira, 20, a farmácia de manipulação da Rua Siqueira Campos, 214, em Copacabana, Zona Sul da cidade. A ação foi organizada para conferir a denúncia registrada na Central de Atendimento 1746 sobre a venda de um medicamento para o tratamento do coronavírus (Covid-19). Na vistoria, a equipe integrada por três técnicos da Vigilância Sanitária (órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde) e dois da Decon encontrou um produto já embalado, pronto para a entrega ao cliente, com a nota de venda contendo a inscrição “coronavírus 15ml”, mas sem qualquer menção ao Covid-19 no rótulo. Segundo a farmacêutica responsável pelo estabelecimento, trata-se de uma formulação para aumentar a imunidade, produzida a pedido de clientes que viram a receita na internet.

 

– Alertamos que, até o momento, não temos registro de nenhum medicamento específico para o tratamento do Covid-19, ou que aumente a imunidade contra a doença. A nossa recomendação é que a população se mantenha informada, buscando conteúdos em canais oficiais sobre essa pandemia que muda a todo instante – orienta a médica Patrícia Guttmann, coordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde.

 

Na inspeção, os fiscais constataram uma série de outras irregularidades, como soluções para controle de qualidade de matérias-primas com validade vencida há quase dois anos (em abril de 2018), falta de potabilidade da água, ausência de laudos de controle de qualidade do produto e de fórmulas homeopáticas, equipamento para verificação de PH sem certificado de calibragem, ausência do laudo mensal de água destilada referente a fevereiro e falta de termômetro na estufa para a desinfecção dos vidros. Além da interdição, a farmácia teve que descartar produtos prontos para 48 clientes e recebeu duas multas (uma por falta de higiene nas instalações e equipamentos e outra por funcionamento inadequado) e três intimações para cumprir exigências de adequações estruturais e processos de trabalho.

 

– O estabelecimento não apresentou o receituário geral, o que é imprescindível para uma empresa farmacêutica. Eles recebem os pedidos e não registram os produtos, comprometendo o processo de rastreabilidade. E como a farmácia não cumpriu os protocolos para a manipulação das formulações, solicitamos o descarte de todos os produtos prontos que estavam na área de dispensação. Eles não podem ser entregues aos clientes – ressalta a farmacêutica Wilenes Souza, que integra a Coordenação de Saúde da Vigilância Sanitária.

 

Por conta das muitas medidas de prevenção e controle do coronavírus que vem adotando, a Vigilância Sanitária reduziu atendimentos e readequou ações, mas manteve os serviços essenciais, como as inspeções para conferir denúncias feitas à Central 1746.

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