Dia Internacional da Enfermagem: data reforça a importância desses profissionais da saúde

Publicado em 12/05/2022 - 16:32 | Atualizado
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Tuany Ferreira, de 28 anos, é técnica de enfermagem na Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, na Maré - Edu Kapps

Nesta quinta-feira (12/5), é celebrado o Dia Internacional da Enfermagem. Seja na linha de frente, no apoio e na preservação de cuidados secundários, o profissional de enfermagem tem papel fundamental na estrutura básica da saúde: a atenção. Desafios diários tomam conta da rotina turbulenta desses profissionais, que em meio a histórias felizes, de realizações e de perdas, sempre estão presentes na vida dos pacientes e dispostos a ajudar. No Município do Rio, os profissionais de enfermagem atuam nas atenções primária, hospitalar e psicossocial e também na gestão.

Tuany Ferreira, de 28 anos, é técnica de enfermagem na Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, na Maré, e nas horas vagas é passista da Mocidade Independente de Padre Miguel. Ela se formou como técnica de enfermagem no Ensino Médio, mas sua primeira ocupação na área foi como agente comunitária de saúde, estimulada pela inauguração de uma clínica da família perto de casa. Em contato direto com sua comunidade, se sentiu inspirada com a importância da saúde básica. Em 2021, já com formação superior em enfermagem e especialização em saúde da família, conquistou mais um degrau na sua jornada profissional, assumindo o posto de enfermeira em uma equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF). Hoje, é a responsável técnica da unidade.

Dos tempos de agente comunitária de saúde, Tuany guarda sua memória mais preciosa: o nascimento de sua afilhada, filha de uma paciente que acompanhou na gestação e auxiliou para o parto:

 

– Era uma gestante faltosa, de difícil acesso, tinha toda uma questão social, financeira e familiar. No dia que ela passou mal para ter o bebê, ela não tinha dinheiro, não tinha como comprar alimento paras as outras crianças. Fui em casa, peguei um dinheiro com a minha mãe e paguei o Uber. Hoje sou a madrinha da filha dela. Isso me toca muito – contou.

 

Do outro lado da cidade, Valéria Adriano, de 53 anos, é técnica de enfermagem há 20 anos, sendo 14 deles apenas na rede pública. Ela escolheu a profissão por influência da mãe, que sempre a estimulou a admirar a importância da função. No CER Leblon, onde está há dois anos, se deparou com seu maior desafio profissional: cuidar dos pacientes em uma das pandemias mais mortais dos últimos anos e que impôs a ela duas grandes perdas pessoais. Seus dois filhos morreram em decorrência da covid-19 e ela também contraiu a doença, ficou internada na unidade em que trabalha e hoje continua atuando no mesmo local.

 

– Eu estou aqui pra continuar. Primeiro por uma questão pessoal. A enfermagem para mim é como a minha cura, das perdas que eu tive. Não vou falar que é fácil. Não é fácil. Ficar no CTI, ver pessoas intubadas, mexe muito comigo. A enfermagem é abrangente. Hoje estou atuando em outro setor – disse.

 

Valéria relembra também as alegrias vividas com a profissão que abraçou:

 

– Na época que eu trabalhava na maternidade, uma paciente estava com muito medo na hora do parto e pediu para segurar a mão dela. Foi algo que me emocionou muito. Ela disse que, como a mãe dela não estava lá, queria que eu ficasse ao seu lado. Empatia, né? Foi lindo demais. A mãe dela chegou depois e perguntou quem era a pessoa que estava no parto e ficou no lugar dela. Muito bacana.

  • 12 de maio de 2022
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