RGI é entregue a mais 341 famílias de baixa renda: “Vim da Paraíba, sem lenço e sem documento, e hoje me sinto realizado”, diz morador

Publicado em 06/12/2019 - 10:18 | Atualizado em 06/12/2019 - 20:13
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Arnaldo, agora um feliz proprietário do apartamento onde vive, em Triagem. "Morei em muita casa que não era minha. E isso era desesperador", contou. Foto: Marco Antonio Rezende / Prefeitura do RioArnaldo, agora um feliz proprietário do apartamento onde vive, em Triagem. "Morei em muita casa que não era minha. E isso era desesperador", contou. Foto: Marco Antonio Rezende / Prefeitura do Rio

O vigia Arnaldo de Souza, de 72 anos, sabe muito bem o que é morar na casa dos outros e não ter o próprio canto para chamar de seu. Por isso, valoriza tanto a conquista que alcançou nesta sexta-feira, 6 de dezembro. Ele é o chefe de uma das 341 famílias do Condomínio Bairro Carioca IV, em Triagem, Zona Norte, que receberam do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, o documento de propriedade de seus apartamentos. O Registro Geral de Imóveis (RGI) é a prova documental de que Arnaldo é dono do espaço onde vive, a realização do sonho da casa própria para ele e para os vizinhos. O “documento mais importante” de sua vida, como ele mesmo definiu.

– É tudo para mim. Vim da Paraíba em 1977, sem lenço e sem documento, como diz a música, e hoje me sinto inteiramente realizado. Estou orgulhoso por, agora, ser proprietário de fato de um teto, que poderei deixar de herança para meus três filhos. Morei em muita casa que não era minha. E isso era desesperador – comemorou Arnaldo.

O RGI em mãos é possibilidade de planejar melhor o futuro, segundo a promotora de vendas Ivaneide de Jesus, de 38 anos:

– Daqui para frente, eu e meu esposo (Josimar Lira, 38 anos) poderemos traçar novos planos de crescimento familiar, com segurança – contou.

Ivaneide abre o sorriso e mostra o RGI em mãos: documento permite até novos planos na vida em família. Foto: Marco Antonio Rezende / Prefeitura do Rio
Ivaneide abre o sorriso e mostra o RGI em mãos: documento permite até novos planos na vida em família. Foto: Marco Antonio Rezende / Prefeitura do Rio

Beneficiados viviam em áreas de risco

Crivella e o secretário municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação, Sebastião Bruno, entregaram os documentos aos moradores. Outras 39 famílias – totalizando 380 – também receberão o registro, assim que algumas pendências documentais forem resolvidas.

– Tenham cuidado com esse documento, porque agora seu apartamento, com o RGI, passa a valer muito. E aí é uma tentação que você tem que resistir, para não vender o que é seu. Não importa se a casa da gente é em lugar rico ou pobre. O que importa é que seja um local seu, de paz, com saúde e sem vícios – afirmou Crivella aos moradores.

O Condomínio Bairro Carioca IV, inaugurado em 2014, tem 380 unidades, distribuídas em 10 blocos. Os beneficiados foram reassentados após remoção de áreas de risco ou são vítimas de desabamentos, deslizamentos ou temporais. Desde o início da atual gestão municipal, 13.595 famílias, incluindo as que receberam o RGI nesta data, foram contempladas com o documento de propriedade de seus imóveis, o que significa um benefício para 53.292 pessoas. A previsão, até o fim do governo, é que o programa alcance 25 mil famílias (cerca de 100 mil pessoas), que irão receber o documento.

Saiba mais sobre o Minha Casa Minha Vida

Na atual gestão, já foram entregues cerca de nove mil moradias construídas pelo Minha Casa Minha Vida, ajudando a realizar o sonho de 35 mil pessoas que vivem na cidade do Rio. Há duas formas de participação no programa: por reassentamento ou por sorteio, quando o candidato se inscreve para ser contemplado com o imóvel. O valor da prestação varia de R$ 80 a R$ 270 mensais. Os interessados devem ter mais de 18 anos e se inscrever na Rua da Constituição 34, Centro.

Para a adesão, é preciso apresentar a documentação original do titular do cadastro e do cônjuge, se houver. Os documentos são: carteira de identidade, certidão do registro civil, CPF, comprovante de residência, contracheque ou comprovante de benefícios que prove renda e certidão de nascimento de filhos menores de 18 anos. Podem participar do programa pessoas que não têm casa própria ou financiamento habitacional em qualquer localidade do Brasil e que nunca foram beneficiadas por programas de habitação social do governo.

  • 6 de dezembro de 2019
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