Prefeitura do Rio tomba edifício que abrigou a Fundação Romão Duarte, no Flamengo

Publicado em 04/05/2023 - 13:01 | Atualizado
O conjunto arquitetônico da Fundação Romão Duarte será preservado com o tombamento - Prefeitura do Rio

A prefeitura do Rio determinou, nesta quinta-feira (4/5), o tombamento provisório do imóvel onde funcionou a Fundação Romão Mattos Duarte, localizado na Rua Paulo VI, 60, no Flamengo. O decreto do prefeito Eduardo Paes leva em consideração a qualidade arquitetônica dos edifícios, que possuem características ecléticas, e a importância do conjunto na paisagem cultural e afetiva do bairro. Quando um bem é tombado, ele passa a ter uma proteção que impede a sua demolição, alteração ou descaracterização.

– O tombamento arremata um processo de discussão que envolveu a comunidade do entorno, os donos do imóvel e a Prefeitura, através da ação do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), combinando a manutenção de um prédio histórico com a possibilidade de renovação – pontua o secretário de Planejamento Urbano, Augusto Ivan.

O IRPH, órgão de salvaguarda do patrimônio cultural carioca, fez uma avaliação do imóvel que confirmou sua importância arquitetônica e histórica, sobretudo por se tratar de uma construção anterior a 1938. Ali funcionou a Fundação Romão Mattos Duarte, vinculada à Santa Casa de Misericórdia, que durante quase três séculos acolheu crianças em situação de vulnerabilidade. Até 1938, foi mantida na frente do espaço uma “roda dos expostos”, cilindro giratório com uma cavidade lateral, onde era possível deixar uma criança. Ao fazer isso, tocava-se o sino, e alguém da instituição acolhia o novo morador.

– Importante marco arquitetônico na paisagem do bairro do Flamengo, o conjunto da antiga Fundação Romão Duarte será restaurado e abrigará um novo uso, agora residencial. Os estudos realizados pelo IRPH propuseram o tombamento da edificação principal e orientaram a proposta da nova construção, visando proteger a edificação e requalificar todo o espaço – explica a presidente do IRPH, Laura Di Blasi.

A partir do decreto, quaisquer intervenções físicas a serem realizadas no referido bem tombado deverão ser previamente aprovadas pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro, conforme determina o Plano Diretor em vigor.

  • 4 de maio de 2023
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