Prefeitura do Rio reabre ao público o Parque da Catacumba depois de reforma que restaurou esculturas e criou academia para terceira idade

Publicado em 20/12/2020 - 15:04 | Atualizado em 20/12/2020 - 15:07
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Local ganhou novo paisagismo, sinalização para a trilha e identificação das obras de arte com QR Code Foto Mariana Ramos/Prefeitura do Rio

A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, reabriu neste domingo, dia 20/12, o Parque Natural Municipal da Catacumba, na Lagoa Rodrigo de Freitas, depois de 6 meses de obras para uma completa reforma que incluiu o restauro das 32 esculturas em exposição permanente no parque.

 O secretário de Meio Ambiente, Bernardo Egas, e o presidente do Instituto Carioca Cidade Criativa, Heitor Wegmann, responsável pelas obras, participaram de um mutirão para pintura das grades que cercam o parque e anunciaram a reabertura do espaço ao público.

 – O Parque da Catacumba é o melhor exemplo no Rio da sinergia entre meio ambiente e cultura. Com a restauração de todas as esculturas do parque e outras melhorias, podemos entregar hoje esse grande presente para o carioca, que só foi possível graças a uma parceria com o Instituto Carioca Cidade Criativa, destacou o secretário Municipal de Meio Ambiente, Bernardo Egas.

 Durante o ato, o presidente do Instituto Carioca Cidade Criativa ressaltou a importância da revitalização do local para a sociedade carioca.

– A gente acredita que a parceria da sociedade com o poder público é fundamental para a preservação do patrimônio público. A prova disso é a realização desse projeto de revitalização completa da Catacumba, que foi possível graças à captação de recursos feita por meio das leis de incentivo à cultura e do ISS, afirmou Heitor Wegmann.

Restauro completo

A reforma da Catacumba incluiu o restauro de 32 esculturas, a troca de todo o mobiliário, a revitalização do paisagismo, a impermeabilização do telhado e recuperação da fachada da sede, a modernização do parque infantil e a criação de uma academia para a terceira idade, além de novas placas de sinalização do parque.

Além de realçar os detalhes das obras com a higienização e limpeza para remover anos de sujeira, o trabalho de restauro das esculturas se concentrou em reconstituir parte das obras danificadas com trincas e fissuras por causa da oxidação da ferrugem, usando próteses e argamassas compatíveis com o mesmo material usado originalmente pelos autores das obras.

Com o restauro, as obras de arte ganharam prioridade na distribuição do novo mobiliário no parque. Os 39 novos bancos foram colocados prioritariamente próximos às esculturas para facilitar a contemplação dos visitantes. Além disso, todas as obras terão placas de identificação com QR Code, para aprofundar o conhecimento sobre a história da escultura e de seu autor.

A nova sinalização do parque, feitas sobre placas de PVC e fixadas em totens de concreto, indica o caminho da trilha, e informa em 15 pontos, a distância percorrida, o que falta até o final, e a altitude no ponto sinalizado.

O paisagismo também foi contemplado na revitalização do parque, com a recuperação do projeto original do gramado nas áreas de uso público, e a identificação das árvores frutíferas e das espécies naturais existentes no parque.

O Parque da Catacumba possui uma área de 26,5 hectares com dois mirantes, cinco praças de contemplação da natureza e convivência, um observatório de pássaros, e área para a prática de tirolesa e arvorismo. A trilha leva aos mirantes do Sacopã e da Pedra do Urubu. Lá, os visitantes podem deslumbrar-se com a vista da Lagoa Rodrigo de Freitas, da Pedra da Gávea e do Corcovado.

Espaço de cultura

A história do Parque está associada, na sua origem, à remoção, no início dos anos 1970, da favela da Catacumba, que ocupava as encostas íngremes do morro. O local foi reflorestado e, no final dos anos 70, o parque foi criado. Desde o início, a unidade de conservação tornou-se um museu a céu aberto com as doações espontâneas de esculturas monumentais de vários artistas, como Evandro Carneiro, Edgar Duvivier, Bruno Giorgi, Mario Cravo, e Roberto Moriconi. A mais recente obra doada é a “Escultura Monumental para a Copa do Mundo 2014”, de Carlos Muniz, que celebra a realização da Copa do Mundo no Brasil.

Um dos destaques do acervo é a obra de Alfredo Ceschatti, um dos principais escultores da construção de Brasília. Evangelista Mateus, obra de 1968, com 3 metros de altura, serviu como molde para a criação de um dos personagens dos Quatro Evangelistas – Mateus, Marcos, Lucas e João – obra em bronze que adorna a entrada da Catedral de Brasília. É dele também A Justiça, escultura em granito em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), e As Iaras, em bronze, no espelho d’água do Palácio da Alvorada, entre outras.

A vocação o Parque da Catacumba para ser um museu a céu aberto foi consolidada ainda no início dos anos 1980, com a construção da sede do parque batizada de Pavilhão Victor Brecheret, homenagem ao escultor ítalo-brasileiro, considerado um dos mais importantes do Brasil e responsável pela introdução do modernismo na cultura e escultura brasileira, falecido em 1955.

O parque ganhou visibilidade com a realização de shows de música com atrações internacionais, entre elas a apresentação do guitarrista americano Stanley Jordan, em 1986, que atraiu 12 mil pessoas, recorde de público para o local. O próprio Jordan comentaria, tempos depois, que este teria sido o mais memorável show que já apresentou no Brasil.

  • 20 de dezembro de 2020
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