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Lapa ganha mural “Semente da Terra” em homenagem a Milton Nascimento
Publicado em 19/12/2025 - 15:21 | Atualizado- Início/
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- Lapa ganha mural “Semente da Terra” em homenagem a Milton Nascimento
Mural foi produzido pela artista Gugie Cavalcanti - Foto: Divulgação/Secretaria Especial de Direitos Humanos e Igualdade Racial A partir deste mês de dezembro, a paisagem urbana da Lapa ganha a presença monumental de Milton Nascimento. Quem passar pelo bairro vai se deparar com o rosto do cantor e compositor, um dos principais ícones da música popular brasileira, imortalizado em um mural de 300m² na lateral do edifício da Associação Cristã de Moços (ACM).
A obra, intitulada “Semente da Terra”, integra as iniciativas estratégicas da Prefeitura do Rio por meio da Secretaria Especial de Direitos Humanos e Igualdade Racial (SEDHIR). O objetivo é ocupar a cidade com representatividade e história, valorizar a cultura afro-brasileira e promover a reflexão sobre as lutas e conquistas do povo negro.
— Esta iniciativa carrega um profundo caráter político. Milton representa uma geração que rompeu silêncios, abriu caminhos e construiu pontes. O mural dialoga diretamente com o conjunto de ações antirracistas que a gente vem desenvolvendo desde o Novembro Negro, para o combate ao racismo, a promoção da autoestima e o reconhecimento da contribuição fundamental da população negra para a cultura e a história do Rio e do Brasil —, ressalta o secretário Edson Santos.
Gugie Cavalcanti, artista reconhecida nacionalmente por suas obras de grande escala e por colocar as narrativas negras no centro das artes visuais, é a autora do mural. A execução da obra foi feita por uma equipe composta majoritariamente por pessoas negras, da produção à técnica de altura. Gugie contou com a assistência de Tebla, Aira oCrespo, Doog e Ricardo Coé, artistas da Zona Norte e da Baixada Fluminense que representam a força da arte urbana contemporânea e que, pela primeira vez, participam da construção de uma empena desta magnitude.
— Esta intervenção artística não é apenas uma pintura, é uma afirmação de presença. Milton é uma das vozes mais potentes da história da música brasileira e seu legado tem uma força que atravessa gerações. Com essa obra, convidamos o público a desacelerar, observar e, sobretudo, se ver refletido na paisagem da cidade. É uma reafirmação de que a negritude está no centro da construção cultural brasileira e merece ocupar também o protagonismo das narrativas urbanas —, conta Gugie.
Augusto Nascimento, filho de Milton, participou do evento de inauguração do mural nesta quinta-feira (18).
— É muito legal que as pessoas façam esse reconhecimento e deem esse carinho pro meu pai —, disse o empresário.
O Novembro Negro Rio foi criado em 2023 por um decreto assinado pelo prefeito Eduardo Paes. Desde então, a data passou a integrar o calendário oficial da cidade, marcando definitivamente as reflexões sobre o tema.
Carioca de origem e mineiro de coração, Milton Nascimento tem 83 anos e ganhou projeção internacional a partir do sucesso do movimento Clube da Esquina, surgido na década de 1960, em Minas Gerais. Indicado cinco vezes ao Grammy Latino e vencedor de diversos prêmios ao longo de seis décadas de carreira, Milton recebeu no dia 16 de dezembro o título de Doutor Honoris Causa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em mais um reconhecimento da relevância de sua obra como instrumento de resistência e crítica social.
Sobre Gugie Cavalcanti
Nascida em Brasília e atualmente moradora do Rio de Janeiro, Gugie Cavalcanti já produziu mais de 15 murais de personalidades negras espalhados pelas cinco regiões do Brasil. A grafiteira, arte-educadora e mãe é formada em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Sua pesquisa transita entre pintura, muralismo e práticas relacionais, sempre colocando o povo negro como sujeito pleno, não apenas sobrevivente, mas vivente.
Entre seus trabalhos, Gugie homenageia personagens reais com quem estabelece vínculos afetivos, como a deputada Antonieta de Barros ou a intelectual Lélia Gonzalez. Suas exposições mais recentes são a coletiva Carolinas (2025), que homenageia Carolina Maria de Jesus (Caixa Cultural de São Paulo); Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro (SESC); e as individuais Mudanças (2022) e Gestos (2020), esta última premiada pelo Pretas Potências.
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