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Escola Municipal Francisco Jobim, no Méier, realiza o evento “Africanidades: um ensino Antirracista”, entre 10 e 19 de maio, com transmissão ao vivo pela internet
Publicado em 07/05/2021 - 16:31 | AtualizadoCom o objetivo de debater e propor uma educação sem racismo no ciclo básico de estudos, abrangendo a cultura afro-brasileira em nossa sociedade, a Escola Municipal Francisco Jobim, em parceria com o Museu do Samba, realizará o evento “Africanidades: um ensino Antirracista”, entre os dias 10 e 19 de maio. Nas mesas de debates, personalidades ligadas ao movimento negro como Flávia Oliveira, Rodrigo França, Luiz Antônio Simas, Otávio Júnior, entre outros. A programação, aberta a todos os públicos, foca especialmente em professores e alunos, e terá transmissão on line pela internet, por meio do facebook da Revista Fórum (revistaforum.com.br), que apoia o evento e do facebook do Museu do Samba. O professor Ygor Lioi, diretor-adjunto da escola, é o produtor executivo do evento, e a transmissão, ao vivo, ocorrerá diariamente entre 9h e 10h30 – horários das mesas.
Outras ações do evento se destacam na programação. Haverá o desenvolvimento de uma pintura pelo projeto Negro Muro, em homenagem a Antonieta de Barros e idealizado pela Escola Municipal Francisco Jobim. Antonieta de Barros, professora e educadora popular, foi a primeira mulher negra eleita parlamentar no Brasil em 1934, sendo a responsável pela criação do Dia do Professor, e que tem uma história de luta antirracista e em defesa da mulher.
E dia 19/5, dia do encerramento, haverá uma premiação especial: a autora e ex-professora da rede municipal Conceição Evaristo será contemplada com a comenda Antonieta de Barros, criada pelas entidades para homenagear professores da SME-RJ que trabalham conteúdos ligados às matrizes africanas em sala de aula. Nesta data, às 15h, terá a presença do secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferrerinha, ao evento.
PROGRAMAÇÃO
Mesas e participantes – das 9h às 10h30:
Mesa 1 – 10\05\2021 – Cérebros, mãos e pés na construção de uma nação: o negro e seu papel fundante no Brasil.
Mediação: Carlos Eduardo Coutinho
Participantes: Mônica Lima, Hebe Mattos, Vinícius Natal, Caroline Guedes e Caio Sérgio.
A mesa de abertura do evento contará com diversas presenças ilustres. Mônica Lima é professora de História da África, do Programa de Pós-graduação em História Social (PPGHIS) da UFRJ, e é uma das responsáveis pela redação do dossiê de candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio da Humanidade Ela estará junto com Hebe Mattos, professora titular livre da Universidade Federal de Juiz de Fora, coordenadora associada do LABHOI e codiretora dos vídeos-documentários Memórias do Cativeiro (2005); Jongos, Calangos e Folias (2007); Versos e Cacetes (2009) e Passados Presentes (2011), trabalhou intensamente no projeto Rota dos Escravizados criado pela Unesco. Juntam-se a elas também Vinícius Natal, doutor em Antropologia Cultural pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador de samba, além de Caio Sérgio Moraes, doutorando em História pela UFF, e Caroline Guedes igualmente doutoranda na mesma universidade. A mediação será feita por Carlos Eduardo Coutinho, doutor em História e professor da Pós-graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O tema abordado será o protagonismo do povo negro na formação do que entendemos como nação, seja através de sua mão-de-obra, ou com suas múltiplas habilidades e inteligência.
Mesa 2 – 11\05\2021 – Podcast do Atlântico negro: produção de conteúdo e mídias pelos intelectuais negros.
Mediação: Nathalia Sarro
Participantes: Equipe do podcast.
A segunda mesa da ação terá como mote principal a produção de conteúdo nas mídias digitais por intelectuais negros. Participarão da ação o grupo do Podcast do Atlântico Negro, composto integralmente por jovens pesquisadores de universidades públicas do Rio de Janeiro.
Mesa 3 – 12\05\2021 – Esporte, musicalidade e literatura: uma herança africana
Mediação: João Gustavo Melo
Participantes: WG, Jessé Andarilho, Wanderley Monteiro, Xande de Pilares, MC Viajante Lírico.
O evento tem, em vias gerais, o tema transversal da luta antirracista e da aplicabilidade da lei 10.639 de 2003. O que ocorre nas mesas são possíveis recortes para fomentar e amplificar tal debate. É o caso da mesa 3, que falará de musicalidade trazendo dois sambistas de renome: Xande de Pilares e Wanderley Monteiro, além da presença de figuras do mundo literário e do esporte, ligadas à periferia, como WG do projeto Cultura na Cesta, e entre outros nomes ligados ao movimento do rap e da literatura nas periferias. Casos como o de Jessé Andarilho, autor do livro “Fiel” e fundador da biblioteca Marginow, sediada num antigo posto policial no Antares, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e Rafael, o MC Viajante Lírico, que é cria do projeto Marginow e um dos responsáveis pela parte do audiovisual. Tudo isso com a mediação do jornalista e ex-diretor cultural do Salgueiro João Gustavo Melo.
Mesa 4 – 13\05\2021 – Subúrbio preto: quilombos, narrativas, identidade, existências
Mediação: Philippe Valentim
Participação: Rodrigo França, Luiz Antônio Simas, Neliana Silva, Martha Abreu, Rudson Martins e Pedro Rajão.
A mesa 4 contará um pouco da presença e das raízes africanas, do processo de resistência a partir de uma lógica dos subúrbios. Com a mediação do escritor e professor de História Philippe Valentim, a mesa contará com a presença do ator, dramaturgo, cientista social, professor e produtor Rodrigo França, do professor e pesquisador, ganhador do prêmio Jabuti de ouro de 2016, Luiz Antônio Simas, da professora Martha Abreu, uma das responsáveis pela pesquisa da Rota dos Escravizados no Brasil, encampada pela Unesco, do produtor Rudson Martins e do também produtor Pedro Rajão.
Mesa 5 – 14\05\2021 – Literatura preta e intelectuais negros: uma luta antirracista
Mediação: Vanessa Daya
Participação: Eduarda Ferreira e Helena Ferreira, do projeto Pretinhas Leitoras, Ellen Ferreira, Otávio Junior, Mônica Sacramento.
A mesa 5 terá mediação da produtora cultural e ativista Vanessa Daya, fundadora do projeto Ler e Saber na Comunidade. Além dela, haverá participação de Eduarda Ferreira e Helena Ferreira, responsáveis pelo projeto Pretinhas Leitoras, assim como de sua mãe, a professora e articuladora cultural Ellen Ferreira, tal qual. Estarão presentes na mesa ainda Mônica Sacramento, da ONG Criola, e o ganhador do prêmio Jabuti de ouro de 2020 Otávio Junior. O intuito da conversa é falar sobre as possibilidades de literatura preta e antirracista que atendam as demandas da educação básica.
Mesa 6 – 17\05\2021 – Representatividade social: protagonismos negres
Mediação: Ronald Sorriso
Participação: Jorge Freire, Edson Santos, Benedita da Silva, Jota Marques, Tainá de Paula.
A mesa 6 é composta apenas por políticos brasileiros, das mais variadas esferas e que têm como proximidade a luta antirracista. Estarão nela o ex-ministro Edson Santos, a ex-senadora e atualmente deputada federal Benedita da Silva, o professor e educador popular Jota Marques, a vereadora Tainá de Paula, o coordenador de promoção de igualdade racial do munícipio Jorge Freire, contando com a mediação do político e secretário nacional da juventude do PT, Ronald Sorriso.
Mesa 7 – 18\05\2021 – O audiovisual preto: lutas e a produção de negres dos subúrbios
Mediação: Leo Barros
Participação: Jorge Santana, Carmen Luz, Clementino Junior, Rossandra Leone, Anderson Quack.
A mesa sobre audiovisual preto contará com diversos militantes da produção cinematográfica do subúrbio, de várias gerações, a começar por três grandes referências, como a professora Carmen Luz, da Escola de Cinema Darcy Ribeiro, o educador audiovisual, cineasta, doutorando em Educação e filho de Chica Xavier e Clementino Kelé, Clementino Junior, um dos fundadores da CUFA, o produtor cultural e diretor de “Falcão, Meninos do Tráfico”, Anderson Quack, a cineasta formada pela UFF Rossandra Leone e doutor em História e diretor do filme Nosso Sagrado, Jorge Santana. Tudo isso com a mediação do mestrando em cinema Léo Barros, diretor do filme “Arroz, feijão e cinema”. O objetivo da mesa é mostrar a possibilidade para discentes e docentes sobre a produção de audiovisual feita na “guerrilha”.
Mesa 8 – 19\05\2021 – Mulheres pretas, ancestralidade e matriarcado: a força feminina.
Mediação: Leidiane Macambira
Participação: Nilcemar Nogueira, Flávia Oliveira, Joana Oscar, Joyce Trindade e Renata Souza
Por último, uma das mesas mais importantes do evento. Nessa mesa, Conceição Evaristo entrará nos 15 primeiros minutos para receber a comenda Antonieta de Barros, oferecida pelo Museu do Samba e pela Escola Municipal Francisco Jobim, que será entregue por Nilcemar Nogueira e Joana Oscar. A mesa é composta pela jornalista Flávia Oliveira, pela presidente do Museu do Samba e neta de Cartola e Dona Zica, Nilcemar Nogueira, por Joana Oscar, responsável pela gerência Étnico-racial da SME-RJ, pela secretária da mulher do Rio de Janeiro Joyce Trindade e a pela deputada Renata Souza. O tema será sobre as relações do papel feminino em África, toda força do matriarcado e esse legado à moda tupiniquim.