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Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica é reaberto com obras inéditas do artista
Publicado em 05/11/2021 - 14:10 | Atualizado em 06/11/2021 - 18:22
A Prefeitura do Rio reabriu, nesta sexta-feira (5/11), o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, na região central do Rio. No Dia Nacional da Cultura, o prefeito Eduardo Paes e o secretário de Cultura, Marcus Faustini, estiveram presentes e inauguraram duas obras inéditas criadas pelo artista (1937-1980), mas nunca executadas até então. O espaço de arte estava fechado desde o início da pandemia e voltará a receber público de segunda a sábado, das 10h às 18h.
– Que honra e alegria estar aqui. Todo fazedor de cultura é herói neste país. O compromisso dessa administração é apostar muito na cultura, na arte. A reabertura do Centro Hélio Oiticica tem um simbolismo, um centro cultural importante, de uma pessoa de renome – afirmou o prefeito do Rio, manifestando o desejo de instalar a maquete “Cães de Caça” de forma definitiva, no Parque do Flamengo.
O estilo de arte de Hélio Oiticica nas duas novas obras faz os visitantes terem experiências sensoriais com as instalações. As obras serão expostas abertas a intervenções artísticas das mais diversas áreas, de shows musicais a espetáculos de dança.
– O que seria da cidade sem a arte? A arte nas cidades faz as pessoas circularem, gera interesse em se deslocarem por territórios diferentes. A arte promove integração entre universos diferentes dentro de uma cidade. A obra de Hélio Oiticica, além de referência artística na história do Brasil, é necessária para os tempos de retomada da cultura por ser um convite à interação – disse o secretário municipal de Cultura.
Parceria da prefeitura com a família Oiticica
A reabertura do Centro de Arte, fundado em 1996, é um dos frutos da parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura e César Oiticica Filho – sobrinho de Hélio, diretor artístico do espaço e gestor do seu legado.
– Agradeço ao prefeito pela oportunidade de trazer de volta a obra do Hélio para o Centro do Rio. É muito bom quando temos pessoas para dialogar e que entendem a importância da cultura, principalmente nesse momento de revitalização e retomada da cidade – ressaltou César, à frente do instituto “Projeto Hélio Oiticica”, responsável por conservar e divulgar o acervo, mantido na casa onde morou o artista no Jardim Botânico.
Obras inéditas
Uma delas é o PN10, criado em 1971 para uma bolsa artística na Fundação Guggenheim, e que havia sido pensado para ser instalado no Central Park. O projeto em questão faz parte da série “Subterranean Tropicalia Projects” e, agora, 50 anos depois, será instalada na Rua Imperatriz Leopoldinense, a céu aberto. O PN10 é composto de estrutura metálica, madeira, vinil, lonas e telas de nylon. Os retângulos do projeto são lonas laranja para filtrar a luz que vai refletir no espaço interno vazio dentro da obra.

O segundo penetrável inédito vai ser montado no interior do equipamento, o “CC2 On Object Private”, da série “Cosmococa Program in Progress”.
Outros processos artísticos de Oiticica
O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica tem três andares (somente os dois primeiros serão reabertos, por enquanto), sendo seis espaços de exposição, dois mezaninos, duas salas multiuso, sala de leitura, auditório com cem lugares e um café/restaurante.
A ideia é ocupar o primeiro andar com processos artísticos de Oiticica, entre croquis, desenhos e maquetes – uma delas referente a uma obra de 1960, do gigantesco projeto “Cães de Caça”, que inclui referências ao poema “Enterrado”, de Ferreira Gullar, e ao teatro integral de Reynaldo Jardim. Ali também estará o primeiro penetrável do artista, o “PN1”, criado em 1960; com paredes que se movem, iniciando a participação direta do espectador.
No segundo andar estão algumas obras do artista pertencentes à família. O penetrável “Nas quebradas”, de 1978, foi feito em São Paulo, um processo criativo denominado “delírio ambulatório”. Todas as obras estarão legendadas em português, inglês e braile.
A partir de 2022, o auditório receberá cursos, encontros e debates sobre artes no Rio. Além de exposições temporárias de artistas e obras que dialogam com a obra de Oiticica, via curadorias temporárias.
O edifício foi construído em 1872 para sediar o Conservatório Nacional de Música, ampliado em 1890, sob a orientação do arquiteto italiano Sante Bucciarelli.
Penetráveis de Hélio Oiticica no Brasil e no mundo
De acordo com César Oiticica Filho, há ao menos dez penetráveis de grande porte com a assinatura de Hélio espalhados pelo mundo. Mineápolis, Pittsburg, Barcelona, Madri, Londres, Abu Dhabi, Inhotim, Los Angeles e Itaipava são algumas das cidades com obras do autor. Todos com amplas referências ao movimento que culminou na Semana de Arte Moderna no Brasil em 1922, em vias de completar 100 anos.
SERVIÇO:
Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica: Rua Luís de Camões, Praça Tiradentes, 68, Centro – 2242-1012. Seg a sáb, das 10h às 18h. Grátis. Livre. Agendamento (máximo de 40 pessoas): bit.ly/helioingressos.
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