Dia do Gari: operador de ceifadeira conta como é dar aquele capricho em vias expressas da cidade

Publicado em 16/05/2023 - 07:05 | Atualizado em 15/05/2023 - 19:41
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O gari Edilson Rodrigues de Amorim às margens da Linha Vermelha - Rafael Catarcione / Prefeitura do Rio

Se você conhece ou se um dia topar por aí com um profissional que se apresenta como gari da Comlurb, pare e peça mais detalhes a essa pessoa. Por trás desse título há vários trabalhadores, que desempenham as mais diferentes tarefas com uma única finalidade: deixar a cidade limpinha, o dia todo. A turma que atua na varrição ou na coleta de lixo doméstico costuma ser a mais conhecida da população. Mas há outras funções relevantes, como a desempenhada por Edilson Rodrigues de Amorim, de 37 anos, que é operador de motosserra e ceifadeira. Quem passa pela Linha Vermelha ou pela Avenida Brasil e encontra equipes dando aquele capricho nas margens das vias expressas certamente já viu esse gari em serviço.

A história de Edilson, que há 11 anos trabalha na Comlurb, é uma homenagem ao Dia do Gari, comemorado neste 16 de maio. Morador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ele tem um perfil bem típico dessa categoria, que costuma levantar cedinho para cuidar das ruas.

Para pegar às 7h no trabalho, na Penha, Edilson sai de casa às 4h20 e embarca num ônibus que o leva à base da companhia. É lá que ele veste o conhecido uniforme laranja, pega os equipamentos e parte para a missão do dia. E não é raro ser solicitado para trabalhos de emergência, principalmente em dias de chuva forte, quando precisa usar a motosserra para cortar árvores. Participar de mutirões para desentupir bueiros é outra atividade comum na rotina de um gari, mas que poderia ocorrer bem menos se a população colaborasse mais, descartando o lixo corretamente.

Edilson, no entanto, é só elogio aos cariocas, quando o assunto é o reconhecimento da sociedade em relação ao trabalho dos garis:

 

– O gari é muito respeitado nas ruas pela população. E eu sou muito grato a esse trabalho, não me arrependo de ter escolhido a profissão.

 

 

 

Trabalhando de segunda a sábado, das 7h às 15h20, e aos domingos por escala, com direito a uma folga pós plantão, Edilson conta que nem sempre é fácil desempenhar a função. Já precisou, por exemplo, se proteger de tiroteio durante trabalho numa via expressa. Dá medo, mas ele sabe que sua atividade é essencial à qualidade de vida dos moradores do Rio.

E a surpresa, às vezes, é boa.

 

– Uma vez, trabalhando na Linha Vermelha, uma senhora encostou o carro e distribuiu bolo para a equipe. Ela estava vindo de uma festa, nos viu na pista e decidiu compartilhar com a gente. Ficamos muito agradecidos, comemos o bolo e voltamos a trabalhar. É comum também as pessoas oferecerem água enquanto trabalhamos. Essa é uma das coisas boas do dia a dia – conta o gari.

 

De vez em quando, no entanto, há quem reclame das ações de limpeza e capina às margens de vias expressas ou de grande movimento, principalmente em dias em que o trânsito da cidade está mais engarrafado. Mas Edilson pede paciência à população e lembra que a turma está ali para o bem da cidade:

 

– É um trabalho que não dá para ser feito à noite. Então a gente pede um pouco da compreensão de todos para que a limpeza continue sendo feita – finaliza Edilson, que é pai da Ana Clara, de 7 anos, uma pequena fã da profissão do pai: – Tem muita criança que gosta dos garis. Com a minha filha não é diferente.

 

 

Dia do Gari terá Cristo Redentor iluminado e muitas homenagens aos profissionais

  • 16 de maio de 2023
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