Artesã do Circuito Rio Ecosol, da Prefeitura do Rio, faz máscaras em troca de alimentos para doar

Publicado em 01/06/2020 - 15:44 | Atualizado
Moradora do Complexo do Alemão, Cleide Pereira Félix da Lapa já ajudou 13 famílias com cestas básica. Foto: Divulgação / Prefeitura do RioMoradora do Complexo do Alemão, Cleide Pereira Félix da Lapa já ajudou 13 famílias com cestas básica. Foto: Divulgação / Prefeitura do Rio
Em tempos de pandemia, quarentena, isolamento social e todos os sentimentos confusos que tudo isso traz, uma atitude, com certeza, tem o poder de transformar o medo e a angústia em esperança: a solidariedade.

E para ser solidário não precisa ter muito dinheiro ou bens materiais. Solidariedade está no coração e não na conta corrente.

Cleide Pereira Félix da Lapa, de 38 anos, é um belo exemplo disso. Moradora do Complexo do Alemão, herdou o talento para a costura da mãe e, desde 2009, confecciona roupas femininas, masculinas e infantis na linha afro.

Nesse momento, em que a melhor maneira de se prevenir do covid-19 é ficar em casa, Cleide deixou um pouco de lado sua produção e resolveu que tinha que fazer alguma coisa para ajudar outras pessoas.

Foi aí que olhou para os retalhos que tinha em casa e que não ia mais usar e teve a ideia de transformar em máscaras de proteção. Mas, não para vender. E, sim, para trocar por alimentos.

– Eu não queria ganhar dinheiro com as máscaras porque parecia que eu estava me aproveitando de uma situação difícil para me dar bem. Esse era o sentimento que passava dentro de mim. Então, tive a ideia de trocar por alimentos para fazer cestas básicas e ajudar quem estava precisando mais do eu – diz.

E a iniciativa de Cleide deu mais do que certo: ela já conseguiu fazer mais de 500 máscaras, arrecadou mais de 150 kg de alimentos e ajudou 13 famílias, até agora.


Solidariedade gera solidariedade


Como coisas boas atraem coisas boas, a iniciativa de Cleide está rendendo bons frutos.

– Comecei a receber doação de tecidos e encomendas de máscara em grande quantidade. Então, agora, posso continuar ajudando mais famílias, sem deixar de gerar renda também – comemora.


Empreendedorismo social


Empreendedora, Cleide Felix, como se apresenta, criou sua grife, a Mania da Flor Estilo Afro Carioca, e, ao longo de 11 anos de trabalho, fidelizou sua clientela.

– Pertenço a um grupo de empreendedoras, faço parte do Movimento de Economia Solidária, através da Rede REPESOL, do Complexo do Alemão. Exponho minhas peças em feiras, mas, com o problema do coronavírus, não estamos tendo como trabalhar – conta Cleide.

Mas, como ela sempre procura um jeito pra tudo, sua produção continua chegando a quem quer comprar.

– Tenho feito marketing direto com meus clientes através do whatsapp e uso o facebook  e o instagram (@maniadaflor) para tentar alcançar quem ainda não é cliente.

Economia Solidária


Cleide é uma das artesãs do Circuito Rio EcoSol, que tem o apoio da Prefeitura do Rio. Criado em 2014 para comercializar a produção da economia solidária nas praças da cidade, hoje o Circuito Rio Ecosol, uma parceria do Fórum Municipal de Economia Solidária com a Coordenadoria de Economia Solidária da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação (SMDEI), tem um calendário mensal e está em 10 bairros diferentes e conta com mais 200 empreendimentos.

Moda, decoração e artesanato, arte popular e trabalhos manuais exclusivos, criados pelos artesãos e empreendedoras da economia solidária compõem o cenário de uma feira do Circuito Rio Ecosol. Uma feira diferente, com ambiente atrativo e agradável, que pensa no coletivo, na sustentabilidade, na geração de emprego e renda e, o melhor, tem feito os trabalhadores driblarem a crise.

Os expositores participam das 13 feiras que acontecem mensalmente, com o apoio da Prefeitura, no Largo do Machado, Campo Grande, Tijuca (Praça Saens Peña), Leblon, Cinelândia, Praça Mauá, Largo da Carioca, Santa Cruz, Ipanema (Praça Nossa Senhora da Paz), Cidade de Deus, Cidade Nova, Méier e Jacarepaguá (Taquara).
Pular para o conteúdo