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Aumento da população em situação de rua está ligado diretamente à crise econômica
Publicado em 22/08/2019 - 17:47 | Atualizado- Início/
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Os gastos com infraestrutura no Rio de Janeiro, visando a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, aumentaram consideravelmente o endividamento do município. Esses débitos, que começaram a ser pagos após os eventos, estão pressionando o orçamento da Prefeitura que precisa fazer verdadeiro malabarismo para reprogramar seus gastos e não deixar a população da cidade sem os serviços públicos.
Essa situação foi apresentada pelo secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, João Mendes de Jesus, durante audiência pública na Câmara de Vereadores para debater o Decreto 46.314, que prevê uma série de ações na área de assistência social. João Mendes também garantiu que as equipes de abordagem da Secretaria continuarão a oferecer os serviços de acolhimento à população em situação de rua e que não haverá condução aos abrigos sem a concordância das pessoas. “Nunca fizemos acolhimento compulsório e não será agora que faremos”- garantiu.
O Rio de Janeiro, ressaltou o secretário, foi apontado como uma das cidades mais promissoras do mundo para negócios no período dos grandes eventos e hoje sofre com o endividamento. “Todo o investimento feito aqui não foi de graça e hoje temos que arcar com essa dívida que exauriu a capacidade de financiamento do município” – afirma. Segundo João Mendes, a cidade hoje tem cerca de 1,3 milhão de desempregados, o que sobrecarrega os serviços públicos.
“Só para se ter uma ideia dos reflexos dessa crise econômica, uma operadora de plano de saúde, que tinha 1,4 milhão de beneficiários, hoje tem apenas 600 mil. Perdeu nesse período 800 mil clientes e, junto com outros que deixaram os planos privados, passaram a usar a rede de saúde pública de forma muito rápida, sobrecarregando a infraestrutura médica federal, estadual e municipal” – disse o secretário.
O secretário João Mendes informou ainda que a falta de recursos impõe uma reprogramação orçamentária que não pode ser confundida com a redução de verbas, ao explicar que a curva de arrecadação do ISS (Imposto Sobre Serviços) é inversamente proporcional à do desemprego. “Quando a arrecadação desse tributo cai, a do desemprego aumenta” – afirma.
João Mendes disse que apesar das dificuldades, o prefeito Marcelo Crivella tem feito um enorme esforço para garantir que a população do Rio de Janeiro não fique sem os serviços municipais, principalmente os essenciais, bem como a SMASDH segue essa orientação e busca dar o melhor para a população. “Não fechamos nenhum abrigo, não reduzimos em nada nossa estrutura, e esse esforço se deve em grande parte à dedicação dos servidores da Secretaria” – conclui.