Vigilância Sanitária retorna ao Sambódromo neste sábado, 29, com inspeções e ações educativas no Desfile das Campeãs

Publicado em 29/02/2020 - 13:59 | Atualizado em 29/02/2020 - 21:33
Ação da Vigilância Sanitária no Sambódromo. Foto: Divulgação

A terceira e última fase da Operação Carnaval da Subsecretaria de Vigilância Sanitária da Prefeitura do Rio acontece neste sábado, 29, dia do Desfile das Campeãs, quando os técnicos retornam à Sapucaí para novas inspeções e mais ações de orientação ao público. Eles vão conferir ainda se nos pontos que apresentaram irregularidades as exigências sanitárias foram cumpridas. A Vigilância manterá também as atividades educativas feitas durante todo o carnaval no estande no Setor 7, onde 568 pessoas de 15 a 59 anos (entre a força de trabalho do Sambódromo e foliões) foram vacinadas contra o sarampo por uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde que estará de novo no espaço com o serviço das 17h às 23h.

 

Nos cinco dias oficiais de folia (de 21 a 25 de fevereiro), 73 técnicos fiscalizaram o Sambódromo e entorno (incluindo Terreirão, Presidente Vargas e Terreirinho). Neste período, foram feitas 387 inspeções, com 118 infrações aplicadas. Somente na área da Passarela do Samba foram 306 vistorias, com 49 infrações, a maioria por falta de licença sanitária. Também foram coletadas 65 amostras de produtos para análise, cinco delas uma bebida que pode ser a causa da intoxicação em foliões de um bloco que desfilou domingo passado, dia 23, na Zona Sul. Nos blocos, a maioria ds multas também foi por falta de licença sanitária. Do total das 69 multas, 62 foram por falta da licença, sendo 45 aplicadas em ambulâncias e 17 em veículos de alimentos. As demais foram três por falta de documento obrigatório dos veículos, três por equipe incompleta e uma por ausência de posto médico.

 

No comparativo com o mesmo período de 2019, o número de vistorias no Sambódromo e entorno foi cerca de 30% menor, com o percentual em relação às multas ficando em 31% a menos que o ano passado, quando foram registradas 71 infrações no local. Os números são resultado da ampliação da estratégia adotada em 2019: ampliar as inspeções prévias, que este ano começaram 44 dias antes do carnaval, em 8 de fevereiro.

 

– Com a experiência do quarto carnaval realizado por nossa gestão, não temos dúvidas que as prévias são fundamentais para a redução de irregularidades. Por isso, aumentamos em quase 60% as inspeções antes do evento em si, saltando das 848 prévias em 2019 para 1.554 este ano, e ampliamos em mais de 40% a nossa fiscalização em blocos. E aumentamos de mil para 1.335 (mais de 30%) as capacitações de profissionais que atuam nos principais pontos de folia. Tudo isso para prevenir os riscos à saúde da população, nossa principal missão – destaca a médica-veterinária Márcia Rolim, desde janeiro de 2017 subsecretária de Vigilância Sanitária do Rio.

 

COMPARATIVO DAS PRÉVIAS NOS CARNAVAIS 2019 E 2020

Inspeções = 1.554 em 2020 // 848 em 2019

Infrações = 585 (a maioria por falta de higiene e ausência de licença sanitária) // 157 em 2019 (a maioria por irregularidades em alimentos)

Interdições = 49 (14 delas totais) em 2020 // 9 em 2019 (5 delas totais)
Intimações = 448 em 2020 (exigências de adequações estruturais no armazenamento de alimentos e higiene em geral) // 232 em 2019
Descarte de alimentos impróprios ao consumo = 132 em 2020 // 850 em 2019

Análises = 116 coletas de amostras de água e alimentos em 2020 // 32 em 2019

Licenças sanitárias = 519 emitidas em 2020 // 340 em 2019

Ações educativas = Em 2020 mais de 5 mil ações (interações com o comércio e a população em geral, com a distribuição de folhetos e afixação de adesivos em estabelecimentos) // 2.840 em 2019

Blocos = 21 blocos em 2020 // 8 em 2019

 

Números da ação nos cinco dias de carnaval

A importância das prévias pode ser conferida nos tipos de infrações aplicadas nos cinco dias de carnaval. Nos últimos dois anos, a maioria das irregularidades foi por problemas em alimentos, como conservação fora da temperatura adequada e falta de procedência. Já este ano, das 118 multas aplicadas na área do Sambódromo e em blocos, 79 delas, quase 70% (sendo 17 na Sapucaí e 62 em blocos) foram por falta de licença sanitária, documento que comprova que o estabelecimento passou pelo crivo da Vigilância.

 

O ranking segue com 11 infrações por falta de higiene e de acessórios de higienização (lavatório e dispensadores de sabão líquido), seis por produtos sem procedência, três por falta de comprovante de curso de capacitação em manipulação de alimentos, três por produtos conservados em temperatura inadequada, três por produtos com validade vencida, três por equipe incompleta, uma por ausência de posto médico, uma por descumprimento de intimação, uma por ausência de sistema de exaustão e uma por uso de produto fumígeno (narguilé) em ambiente fechado.

 

Nas fiscalizações na Sapucaí, técnicos encontraram em lanchonetes, barbearias e camarotes muitos dos que passaram pela capacitação, exigindo de todos eles a carteira de manipulador emitida pela Vigilância. Nas bancadas, quase tudo estava de acordo com as regras sanitárias ensinadas a 33 turmas. “Esse é justamente o trabalho da Vigilância: tornar visível o que é invisível aos olhos do consumidor”, reforça Márcia Rolim.

 

Ações educativas – Além das fiscalizações, a Vigilância Sanitária emitiu 347 licenças sanitárias para eventos em ponto de folia e fez no estande do Setor 7 muitas ações educativas. Em interação direta com o público, técnicos da Superintendência de Educação do órgão distribuíram 4.690 folhetos com dicas básicas que ajudam a prevenir riscos à saúde. No espaço funcionou também o plantão da Ouvidoria para atendimento de denúncias exclusivas do Sambódromo, e um totem com os principais serviços digitais da Prefeitura do Rio, como o Taxi.Rio e o Sisbicho, de microchipagem e cadastro no Registro Geral de Animais. O órgão também afixou nos banheiros da Sapucaí quase 200 adesivos alertando para a importância da higienização das mãos.

 

Números de toda a Operação Carnaval

Iniciada em 8 de janeiro, a Operação Carnaval da Vigilância teve a primeira fase de prévias e muita orientação até 20 de fevereiro, com técnicos percorrendo quase 20 bairros com principais pontos de folia oficial com fiscalizações em bares, hotéis, restaurantes, estúdios de tatuagem, salões de beleza, consultórios médicos e veterinários, pets e ainda fábricas e distribuidoras de gelo, produto muito consumido nesta época do ano. Em 44 dias de ações prévias foram 1.554 vistorias com 585 infrações, a maioria por falta de higiene e ausência de licença sanitária, documento que deve estar exposto na parede para que o consumidor confira se o estabelecimento está licenciado pela Vigilância. Essas inspeções resultaram em 448 intimações com exigências de adequações (em especial, estruturais e de higiene) a serem cumpridas e 49 interdições, 14 delas totais. Também foram feitas 116 coletas de alimentos para análise, com os técnicos retornando aos pontos que deram laudos insatisfatórios para orientar e exigir as adequações.

 

Ainda nas prévias, as equipes reforçaram as ações educativas com mais de 5 mil interações no comércio e a população em geral, com a distribuição de folhetos e também a afixação de adesivos em paredes de estabelecimentos como padarias, bares e outros. O órgão emitiu ainda 519 licenças sanitárias para empresas e demais prestadores de serviços nos pontos de folia, e fez 1.335 capacitações em 33 atividades (cursos e palestras) de práticas de higiene nas áreas de alimentos, saúde e beleza. São garçons, chefs, manicures, cabeleireiros, massagistas, tatuadores, piercers e outros profissionais que têm o trabalho conferido, com a exigência da carteira oficial da qualificação promovida pela Vigilância. Os fiscais inspecionaram também 21 blocos em oito dias antes do carnaval, resultando em 11 infrações.

 

Somando os números desde o início da operação, a Vigilância Sanitária fez até agora quase duas mil inspeções (1.941), aplicou 714 infrações (80 delas em blocos), coletou 181 amostras de alimentos para análise e emitiu 846 licenças para eventos de carnaval, 347 para o Sambódromo. Em relação a orientações, foram quase dez mil ações, com a distribuição de mais de sete mil folhetos. A Operação Carnaval conta com equipes das coordenações de Fiscalização Sanitária, de Alimentos, de Engenharia e de Saúde; do Núcleo de Inspeção e Fiscalização dos Ambientes de Trabalho (Nifat); e do Laboratório Municipal de Saúde Pública (Lasp).

 

Vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, a Vigilância trabalha com o foco na prevenção de riscos à saúde. Nas ações, o órgão atua conferindo os procedimentos com técnicos qualificados para, diante de irregularidades, orientar sobre as medidas que devem ser adotadas em adequação às normas definidas pela legislação sanitária.

 

– Nossa missão é atuar prevenindo, antes de acontecer, com médicos-veterinários, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais preparados para agir rápido. Em especial, em eventos de grande massa, como o carnaval, onde os produtos são consumidos rapidamente por muitas pessoas. Se a gente esperar o sushi estragar para agir, imaginem o número de pessoas que terão danos à saúde? Em pouco tempo teríamos um surto de 200, 300 pessoas – diz Flavio Graça, médico-veterinário e superintendente de Educação da Vigilância.

 

Ações na área do Sambódromo nos três últimos carnavais
Inspeções = 306 em 2020 // 378 em 2019 // 501 em 2018
Infrações = 45 em 2020 // 59 em 2019 // 73 em 2018
Licenças emitidas = 347 em 2020 // 342 em 2019 // em 2018 a Vigilância não licenciava
Capacitação = 1.335 em 2020 // 891 em 2019 // 719 em 2018
Alimentos descartados = 28 quilos em 2020 // 55 quilos em 2019 // 138 quilos em 2018
Coleta de alimentos = 65 em 2020 // 61 em 2019 // 80 em 2018

  • 29 de fevereiro de 2020
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