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Com os olhos voltados para o céu: astrônomos do Planetário do Rio serão os ‘mestres de cerimônia’ do eclipse solar na Gávea
Publicado em 11/10/2023 - 14:41 | Atualizado em 12/10/2023 - 00:24- Início/
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O Planetário do Rio abrirá suas portas, neste sábado (dia 14/10), para quem quiser assistir a um espetáculo no céu: o eclipse solar, com a lua encobrindo o sol. Há previsão de chuva na cidade, mas os cariocas terão a possibilidade de assistir à tarde ao eclipse solar. De acordo com o diretor de Astronomia do Planetário, Leandro Guedes, os astrônomos Luís Guilherme Haun e Paulo Cesar Pereira estarão a postos na Gávea para dar todas as explicações sobre o fenômeno, que poderá ser visto primeiro nos Estados Unidos e, por último, no Brasil.
– No Rio, o ápice do eclipse será às 16h51min, quando cerca de 39% do disco solar estará encoberto pela lua. Neste momento, o sol estará não muito acima do horizonte, na direção oeste. O ideal é estar em um local alto, sem montanhas para atrapalhar a visão e na direção do pôr do sol. Praias voltadas para o poente, como as da Ilha do Governador, de Paquetá ou de Guaratiba, têm grandes chances de ver a maior parte do fenômeno. Mas o tempo precisa estar bom, sem nebulosidade – explica o astrônomo Naelton Mendes de Araujo, que há 18 anos trabalha no Planetário do Rio e estará na cidade de Araruna, no sertão da Paraíba, onde terá visão privilegiada do fenômeno.
Há quatro tipos de eclipse solar: total, anular, parcial e híbrido. No Norte e Nordeste do país, a ocultação do sol será maior do que no Rio. Ou seja, Naelton e os paraibanos poderão ver no céu a luz do sol formar um “anel de fogo” ao redor da silhueta da lua. Já aqui, o eclipse será parcial.
– Em 1994, assisti e fotografei um eclipse total em Santa Catarina. Um espetáculo impactante e maravilhoso, mas, ao mesmo tempo, assustador. O céu vai mudando de cor, os animais perdem a orientação com a lua posicionada entre a Terra e o sol e criando uma sombra sobre o planeta. E posso garantir que a sombra é redonda, nada plana – lembra Naelton.
Como a observação direta do sol pode até cegar, o Planetário do Rio distribuirá óculos especiais para os visitantes poderem assistir, caso o tempo esteja bom, ao espetáculo gratuito na Praça dos Telescópios. De acordo com Naelton, a forma mais segura de observar o sol é por meio da projeção da sua imagem em uma superfície branca e fosca que esteja na sombra. É necessário apenas um papelão grande (do tamanho de uma embalagem de pizza), um pedaço pequeno de papel alumínio, uma agulha e uma folha de papel branco.
– Basta fazer uma abertura no papelão, prender o pedaço de alumínio com fita adesiva e fazer um furo pequeno no centro com agulha. Aí, é só segurar o papelão para que a luz passe pelo furo e se projete no chão, no centro da sombra. Para melhorar o contraste, podemos colocar ali uma folha de papel branco. Você pode fazer o mesmo dentro de uma caixa de papelão – acrescenta o astrônomo.
E, para os observadores de primeira viagem, um alerta: não usem radiografias, óculos escuros, vidro esfumaçado, espelhos, filmes fotográficos velados ou qualquer filtro improvisado para assistir ao eclipse. O uso de telescópios exige ainda mais cuidado, pois alguns trazem filtros escuros para adaptar na ocular e não são seguros, pois costumam rachar com o calor.
O Planetário da Gávea fica na Avenida Padre Leonel Franca 240, Gávea. Aos sábados, ele abre às 10h. Os ingressos para visitar o Museu do Universo e assistir a uma sessão de um dos filmes exibidos em uma das duas cúpulas do Planetário custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada). A entrada para assistir o eclipse solar será gratuita.