Prefeitura anuncia primeiro leilão de créditos de carbono de micromobilidade no mundo

Publicado em 31/03/2022 - 09:05 | Atualizado

A Prefeitura do Rio anunciou, nesta quarta-feira (30/3), o primeiro leilão de créditos de carbono de micromobilidade no mundo. A iniciativa faz parte do projeto Bolsa Verde do Rio, que tem como objetivo criar na cidade um ecossistema favorável para reconstruir o mercado de capitais, atraindo empresas e negociações com foco em transações de crédito de carbono e ativos ambientais. Em evento realizado no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões, foram apresentadas informações para as empresas interessadas em participar do leilão, que ocorrerá no final do mês de abril, a partir da plataforma AirCarbon Exchange (ACX), em parceria com a Tembici, líder em tecnologia para micromobilidade na América Latina e a ZCO2.

– Hoje é um dia histórico. Nós queremos que o Rio tenha uma linha de desenvolvimento econômico sustentável e, para isso, estamos puxando os atores envolvidos com sustentabilidade. Nosso papel como governo é simplificar e fazer com que a população entenda que pequenas mudanças podem ajudar a combater o aquecimento global. Sabemos que muitas vezes as pessoas optam por carro e ônibus quando poderiam fazer uma opção mais saudável pela bicicleta. Temos a oportunidade de repensar a mobilidade na cidade abraçando essas novas possibilidades – celebra o secretário Chicão Bulhões.

O secretário também anunciou que o C40, grupo que reúne prefeitos de 100 cidades líderes mundiais sobre questões de sustentabilidade, que já teve o prefeito Eduardo Paes como presidente, vai apoiar estudos da Prefeitura do Rio sobre o projeto da Bolsa Verde Rio. Foi aprovado um valor de até US$ 30 mil para assistência técnica. Outra novidade é a parceria com a empresa Verra, líder global de certificações de créditos de carbono, que será celebrada através de um Memorando de Entendimento. A Verra é responsável por mais da metade das certificações de créditos de carbono do mercado voluntário no mundo.

As empresas interessadas em participar do leilão deverão se cadastrar na plataforma ACX para dar seu lance. No próximo dia 13 haverá um webinar com mais informações sobre todo o processo. As inscrições para o seminário poderão ser feitas pelo e-mail esg@tembici.com.

A Tembici é a primeira empresa de mobilidade ativa do mundo a disponibilizar créditos de carbono para um leilão nesse segmento. O bike Itaú, sistema de bikes compartilhadas realizado pela empresa, com patrocínio do Itaú Unibanco, vem contribuindo há 10 anos com melhores condições de deslocamento das pessoas, além de questões como economia financeira, qualidade de vida, impactos sociais, ambientais, como redução do trânsito e poluição.

– É uma enorme satisfação fazer parte desse momento histórico e entendemos que esse tema estará cada vez mais presente e conectado ao negócio das empresas, assim como toda a agenda ESG. Nossos créditos de carbono têm um grande diferencial, uma vez que são gerados no meio urbano e de forma colaborativa. Por isso, para o leilão, estamos juntos com parceiros e organizações que entendem a relevância do assunto, possuem iniciativas verdes e agem pelas mudanças urgentes que nosso planeta exige – comenta Leandro Fariello, CFO da Tembici.

Esse será o primeiro leilão de créditos de carbono emitidos a partir de metodologia de cálculo desenvolvida pela UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima). Os créditos gerados pela Tembici foram calculados pela BlockC e pela ZCO2, empresas coligadas que fazem parte de um grupo que atua há mais de 20 anos na jornada de descarbonização de empresas.

– O Rio de Janeiro é uma localização estratégica para o leilão porque concentra empresas dos chamados setores “hard to abate” como óleo e gás e mineração, que dificilmente conseguirão zerar suas emissões de CO2. Tais empresas precisam de sinalização de preço e liquidez para eventualmente compensar suas emissões adquirindo créditos de carbono – explica o CEO da BlockC, Carlos Martins.

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