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Exposição no Muhcab destaca o pioneirismo de Lima Barreto no Modernismo com imagens criadas a partir de seus textos
Publicado em 09/03/2022 - 15:26 | Atualizado![](https://prefeitura.rio/wp-content/uploads/2022/03/Muhcab-Lima-Barreto-5.jpeg)
Destaque na edição 2022 da Festa Literária das Periferias (Flup), a obra de Lima Barreto ganha outros contornos no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), que recebe a mostra Essa minha letra, inaugurando uma nova sala de exposições temporárias chamada Mercedes Baptista. A curadoria é de Lilia Schwarcz, Jaime Lauriano e Pedro Meira Monteiro, que selecionaram 22 artistas plásticos. Cada um deles exibe uma obra de arte inspirada em textos de Lima Barreto, entre fragmentos de romances, contos e crônicas.
Entre os artistas selecionados estão Wallace Pato, Raul Mourão e Rafael Bqueer. São imagens criadas a partir de textos de Lima Barreto. Reproduções de telas criadas exclusivamente para a exposição, com o fragmento da obra do autor que inspirou a tela, descrito no verso.
– Lima Barreto é o ícone máximo do Modernismo Negro, ele é a maior evidência de que antes de 1922 muitos artistas negros já eram modernistas. A exposição discute a invisibilidade destes artistas para o movimento paulista que ganhou notoriedade – ressaltou Leandro Santanna, diretor do Muhcab.
Segundo ele, a obra de Barreto já trazia inquietações típicas do Modernismo, como as reflexões sobre a identidade nacional presentes em Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915).
– Na narrativa hegemônica sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, temos um movimento concentrado em São Paulo e dominado pela elite branca. Em razão disso, esta exposição pretende deslocar o olhar das comemorações do Modernismo para Lima Barreto, por muito tempo esquecido pela crítica e pelo público – comentou Santanna.
![](https://prefeitura.rio/wp-content/uploads/2022/03/Muhcab-Lima-Barreto-8.jpeg)
A coleção realça ainda a natureza irônica, militante e autobiográfica da obra de Lima Barreto, que já naquela época denunciava as mazelas do racismo e as consequências da escravidão.
Após a temporada no Muhcab, as obras serão espalhadas pelas ruas e escolas do Rio de Janeiro.
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881, no Rio, e morreu em novembro de 1922 afundado na miséria e no alcoolismo.
MUHCAB – Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira: Rua Pedro Ernesto 80, Gamboa. Quinta a sábado,, das 10h às 17h. Até 2 de abril. Grátis. Livre.
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