Projeto de Navegação de pacientes com câncer de mama avaliou mais de 500 casos, no primeiro semestre

Publicado em 06/08/2024 - 20:03 | Atualizado

Implantado em abril, o Projeto de Navegação para Câncer de Mama, do Centro Carioca de Diagnóstico e Tratamento por Imagem (CCDTI), da Prefeitura do Rio, avaliou em três meses, mais de 500 casos, agilizando o processo de investigação e diagnóstico, contribuindo para a eficácia do tratamento. Na navegação, os exames de imagem indicados para cada usuário são realizados e avaliados pelos próprios profissionais do CCDTI, sem precisar do retorno para a Atenção Primária e para a fila do Sisreg, como acontece no fluxo normal. Isso possibilita o encaminhamento mais rápido para o tratamento.

Com o início da navegação, usuários que haviam sido inseridos no Sisreg a partir de janeiro foram incluídos no projeto para atendimento. Até o fim do primeiro semestre deste ano, 512 casos foram avaliados, sendo 382 deles considerados elegíveis (com suspeita de câncer) para navegação. Ou seja, 66 exames estavam em análise e 77 pessoas em fase de agendamento. Outros 73 casos de câncer haviam sido confirmados. Nesse período, foram realizadas 356 biópsias, incluindo a guiada por estereotaxia, orientada por mamografia e indicada na investigação de lesões mamárias impalpáveis e não visíveis ao ultrassom. O fato de o CCDTI passar a ofertar a biópsia guiada por estereotaxia também agilizou o processo, já que antes era regulada via Sistema Estadual de Regulação (SER) e possuía uma demorada fila de espera.

Além da realização dos exames de imagem, o Projeto de Navegação também indica condutas terapêuticas com base nos resultados e em conformidade com as diretrizes do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca). As navegadoras orientam os profissionais das unidades solicitantes – clínicas da família e centros municipais de saúde – a realizar a inclusão do usuário no SER, quando é confirmada a suspeita de câncer. Ou seja, a pessoa só sai da responsabilidade da navegação quando está efetivamente inserida no SER para tratamento.

O processo

O percurso do usuário começa com a suspeita detectada no atendimento na Atenção Primária e se desdobra até o ingresso em uma unidade de tratamento oncológico. Mas o Projeto de Navegação veio para encurtar essa distância, já que coloca o indivíduo no centro do cuidado e acelera os resultados do diagnóstico visando a eficácia terapêutica.

O usuário dá entrada no CCDTI encaminhado da Atenção Primária via Sisreg, para realizar algum exame de mama. O radiologista, ao analisar as imagens do exame, pode recomendar um novo procedimento para aprofundar a investigação. Os casos BIRADS 4 ou 5 [classificação dos exames mamários], quando há suspeita de câncer, são selecionados para prosseguimento no CCDTI.

Durante toda a navegação, o usuário recebe suporte assistencial e psicossocial das navegadoras, que além de avaliar os casos, esclarecer as dúvidas e realizar o agendamento de exames, também compartilham o caso com a Atenção Primária, fortalecendo o vínculo usuário-unidade. Neste período de convivência, as navegadoras dão ainda informações relevantes para a saúde emocional, social e física, ressaltando a importância de práticas de atividades sociais e culturais, bem como a de estabelecer uma rede de apoio junto aos seus familiares e amigos, fundamental para o bem estar e melhoria da qualidade de vida da pessoa com suspeita ou diagnóstico de câncer.

  • 6 de agosto de 2024
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