Prefeitura anuncia vencedores de I Concurso de Poesia do Projeto Mais Cidade

Publicado em 28/05/2021 - 15:53 | Atualizado em 28/05/2021 - 18:13
Os ganhadores do concurso de poesia do projeto Mais Cidade - Divulgação / Prefeitura do Rio

Criatividade, originalidade e coerência foram alguns dos critérios utilizados pela banca de avaliação do I Concurso de Poesia do Projeto Mais Cidade, da Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida. Foram mais de 50 inscritos.

Na categoria texto, os três primeiros colocados são Sônia Regina Villarinho, de 70 anos, moradora de Jacarepaguá; Paulo Mário Rossi, de 62 anos, da Ilha do Governador, e  Norma Veríssimo da Silveira, de 63 anos, de Campo Grande.

Na categoria vídeo, os ganhadores são Angelina da Conceição, de 83 anos, do bairro Riachuelo; Dilce da Fonseca Sodré, de 63 anos, moradora de São Cristóvão, e Leila Maria Leal Fernandes, de 74 anos, da Ilha do Governador.

– Ficamos felizes com o sucesso do concurso, que surgiu do desejo de superar esse momento tão delicado que estamos passando. Na próxima quarta-feira (02/06) faremos uma live  sobre o legado do concurso – disse o secretário Junior da Lucinha.

Os vencedores receberão medalha e um par de convites para a Roda Gigante Rio Star. Os primeiros colocados ganharão uma placa de homenagem e todos os participantes serão contemplados com certificado digital de participação.

A secretaria agradece os avaliadores: Paul, da Casa Rio; Ronald, da Roda Gigante Rio Star; Pizarro, Artista Plástico e Educador; Renata Costa, da Secretaria Municipal e Cultura; Pompéa, do Programa CCBB Educativo; Rhoana, do Museu do Amanhã; Rafaela, do Coeficiente Artístico; Luna, do Projeto Versos e Vozes; Bárbara Lima, do Teatro Municipal; Cristiane, do Senai Cetiqt; Gledson, da Fundação Planetário; e Sandra Marques, representando o COMDEPI. Além, do Projeto Senhoras do Calendário e o Gastromotiva.

AS POESIAS VENCEDORAS

 

1º lugar: Sônia Regina Villarinho, 70 anos, Jacarepaguá

Sônia Regina Villarinho

 

Poema: “Envelhecer é…”
Envelhecer é ter maturidade
Pra agradecer a felicidade
De acordar a cada amanhecer;
Por cada dia que se tem pra viver.
É não precisar mais ter nenhuma pressa,
É valorizar o que interessa,
Em detrimento de futilidades.
É ter a experiência da idade
E saber que já não vale a pena
Se aborrecer por coisas pequenas…
É ver cada dia como um presente
Que não pode ser desperdiçado;
Cada minuto é abençoado.
É não lamentar o que perdeu,
Pois se perde o que nunca foi seu!
É colher as bençãos de cada dia
Com a alma repleta de alegria,
Qual criança que ganha um brinquedo.
É ter muito mais coragem do que medo,
Porque já não tem mais nada a perder.
É poder viver com autonomia,
Saber selecionar as companhias,
Fazer apenas o que tiver vontade.
Gozar, enfim, de plena liberdade!
É saber que o rosto no espelho
Só poderia lhe dar um conselho:
“Nenhuma fase é melhor que esta,
Aproveita esse final de festa!”

 

2º lugar: Paulo Mário Rossi, 62 anos, Ilha do Governador

Paulo Mário Rossi

 

RABUGICE
Sessenta tava chegando…
E trazendo junto a rabugice!
Aí parei e pensei…
…será que eu tenho que me preocupar?
Tá mais pros outros se preocuparem…
Mesmo assim, me propus a estudar,
Tentar entender e ver se dá pra evitar.
Ou pelo menos minimizar.
Li um monte a respeito.
Li em vários idiomas,
Li o de respeito e o espirituoso.
Quase ganhei diploma.
Mas peraí, e a tal da rabugice?
Ah, aprendi que é fácil identificar:
Ranzinza, ranheta, resmungão,
Intolerante, chato, reclamão.
Tô ficando ansioso.
E como resolve isso?
Sei lá,
Já tem 3 anos e não achei a resposta.
Enquanto isso, essa bosta só piora.
E quem tá perto quer sair fora.
E faz o quê?
Mas que chato! Tu é candidato!
Afinal, quem é o rabugento aqui?
Ah, xapralá… Rabugento é assim mesmo.
Não sei!
Rivotril, Camomila, Passiflora?
Chopp, Whisky, Pinot?
Analista, Psiquiatra, Geriatra…?
Acho que nem a ciência.
Talvez muita PACIÊNCIA.
Você?
Claro que não!
De quem tem que aturar
A chatice da minha Rabugice.

 

3º lugar:  Norma Veríssimo da Silveira, de 63 anos, Campo Grande

Norma Veríssimo da Silveira

 

Ontem, eu tinha vinte anos.
Norma Veríssimo
Ontem, eu tinha vinte anos…
Hoje, eu tenho sessenta.
Meio século e uma década, como diz a minha filha Tati.
Mas não dormi com vinte e acordei com sessenta.
Quarenta anos… parece tanto tempo, antes de ser vivido.
Depois que passa…
Prá onde foi, o que eu fiz, o que não fiz, o que gostaria de ter feito?
Vem a perplexidade, a incredulidade:
Quarenta anos passaram! E tão pouco foi vivido, sentido,
experimentado…
Parece que foi tão pouco tempo prá fazer tudo o que queria, o que
sonhava…
Mas, o que são sessenta anos?
Se comparado a oitenta, ainda são vinte…
Não sei dos oitenta, como não sabia dos sessenta.
Vêm o entusiasmo, a credulidade!
Tanto a viver, a sentir, a experimentar, a amar…
É tempo de fazer tudo o que quero, ou pelo menos,
coragem de desejar fazer, de sonhar, de tentar.
Sempre vou ter tempo prá sonhar!
E sonhos não obedecem cronologias.
Não sou uma mulher de sessenta anos (apenas).
Sou a jovem de vinte anos e a menina de dez…
Sou atemporal!
Como o meu pai …

 

OS VÍDEOS VENCEDORES

 

1º lugar: Angelina da Conceição, 83 anos, Riachuelo

Angelina da Conceição

 

https://www.youtube.com/watch?v=60rhxs-wHLY&feature=youtu.be

 

2º lugar: Dilce da Fonseca Sodré, de 63 anos, de São Cristóvão

Dilce da Fonseca Sodré

 

https://www.youtube.com/watch?v=XkRe9aVkxh8

 

3º lugar: Leila Maria Leal Fernandes, 74 anos, da Ilha do Governador

Leila Maria Leal Fernandes

 

https://www.youtube.com/watch?v=n3ZPTx_8enQ

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