Pontos turísticos, restaurantes e hospedagem: os números do turismo durante o feriado que seria comemorado o Carnaval

Publicado em 26/02/2021 - 12:10 | Atualizado em 26/02/2021 - 15:12
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Rio de janeiro Cristo RedentorNo Corcovado, os acessos pelo trem tiveram queda durante o feriado que seria comemorado o Carnaval - Divulgação

O cancelamento do Carnaval no Rio de Janeiro e, sobretudo, a drástica redução de visitantes estrangeiros alteraram profundamente o turismo na cidade no último feriado prolongado. Um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Turismo (Setur) constatou que os números de visitação a ícones turísticos do Rio foram frustrantes em relação aos anos anteriores. Porém, as redes de hospedagem, além dos bares e restaurantes obtiveram resultados acima das expectativas que antecediam o período. Isso se deve a uma mudança no perfil das pessoas que procuraram a cidade durante o período que seria celebrado a festa momesca.

– O Rio foi mais procurado por visitantes mais jovens, de menor poder aquisitivo, em contraste ao histórico da cidade. Ao contrário daquele turista mais tradicional, que procura pelos principais pontos turísticos, esse outro visitante opta pelas praias, bares e programas ao ar livre – destacou o secretário municipal de Turismo, Cristiano Beraldo, que completou: – Essa mudança de perfil comprova que, apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia, o Rio está preparado para receber todos os tipos de público.

Os números obtidos pela Setur refletem essa mudança de comportamento. No Corcovado, por exemplo, os acessos pelo trem tiveram uma queda de 63,3% (de 22.358 visitantes, em 2020, para 8.396 em 2021). A situação no Pão de Açúcar não foi diferente: uma queda de 60% de visitantes em relação ao ano passado. Opções gratuitas como a Escadaria Selarón, por exemplo, vivem momento oposto. O espaço criado pelo artista plástico chileno Jorge Selarón, na Lapa, consolida-se como terceiro ponto turístico mais procurado na Cidade Maravilhosa.

A Roda Gigante da Zona Portuária, em funcionamento pelo segundo período de carnaval, foi procurada por 9,5 mil pessoas entre 13 e 21 de fevereiro. A atração registrou um aumento de visitantes em relação aos 8.500 do ano passado. Mas os números seriam ainda melhores não fosse a pandemia.
Também na Zona Portuária, o AquaRio recebeu 12.237 pessoas de sexta (12/02) a quarta (16/02), o que correspondeu a cerca de 1/3 do movimento registrado ao longo de fevereiro. No comparativo com igual período do ano passado a queda no movimento foi de 11.257 visitantes. É importante destacar que no Carnaval o espaço não tem tradição de visitação forte, uma vez que vários blocos desfilam no passeio público da Avenida Rodrigues Alves.

Rio visto de cima

Já os voos panorâmicos de helicóptero tiveram queda acentuada. Sem receber turistas estrangeiros, a operadora Helisight registrou perdas de 77,9% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o empresário Luís Carlos Munhoz, um dos sócios da empresa, foi o pior desempenho da história – 48% dos voos realizados no ano 1993.

Muito procurados pelo público mais jovem, os hostels cariocas tiveram 62% de ocupação de sábado (13/02) a terça-feira (16/02) ante os 98% do mesmo período em 2020. Para tanto, informa a Rio Host, foi preciso manter as tarifas nos mesmos níveis da baixa temporada.

Um levantamento do SindRio, o Sindicato dos bares e Restaurantes, junto aos associados mostrou que o movimento do Carnaval repercutiu positivamente em bairros com perfil mais turístico, como Copacabana, Ipanema e Leblon, chegando a 40% de aumento em relação às semanas anteriores. Já nos bairros mais comerciais, como Centro, a queda chegou a 50%.

A rede hoteleira indica uma média de 63% dos quartos ocupados, contra 93% no fechamento do ano anterior. Ainda assim, houve uma superação das estimativas iniciais do setor, que previa uma ocupação de 41% das acomodações.

– A política de redução das tarifas, adotada pelo setor, mostrou-se uma opção acertada – avaliou Cristiano Beraldo.

As regiões de Ipanema/ Leblon (70%), Leme/ Copacabana (64%) e Flamengo/ Botafogo (63%) lideraram a preferência dos turistas, com índices acima da média, seguidas por Barra/ São Conrado/ Recreio (60%) e Centro (56%). No período pesquisado, de 12 a 15/02/2021, alguns hotéis chegaram a registrar picos de ocupação de 65 a 80%, chegando a variar a 100%.

Cerca de 95% dos visitantes têm procedência do mercado nacional, sendo principalmente dos estados de São Paulo, Minas Gerais, interior do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. E em sua grande maioria de hóspedes formados por casal ou família. No mercado internacional, os 5% dos turistas são de norte-americanos, seguidos pelos argentinos e chilenos.

A ausência dos visitantes estrangeiros mudou o perfil daqueles que procuram o chamado turismo de aventura. Depois de praticamente um ano parado, o segmento retomou as atividades registrou que aqueles que procuram atividades como trilhas, escaladas, voo livre, passeios de bicicleta e arborismo, entre outros, neste Carnaval foi de brasileiros, incluindo moradores da cidade. Por serem atividades ao ar livre, apresentam menor risco de contágio da Covid-19.

Em relação à procura no feriado, 75% das agências especializadas tiveram procura menor que no mesmo período dos anos anteriores. Mas 12,5% delas informam que a procura de turistas locais foi maior.

  • 26 de fevereiro de 2021
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