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Feirinha ao ar livre reabre Espaço Cultural Sérgio Porto
Publicado em 08/06/2021 - 14:35 | Atualizado em 10/06/2021 - 11:41Um dos equipamentos de cultura mais relevantes para a arte carioca, o Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto, no Humaitá, será reaberto no sábado, 12 de junho (Dia dos Namorados), com uma feirinha reunindo artesãos e brecholeiros de toda a cidade na parte externa, que foi totalmente revitalizada. A Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria municipal de Cultural, promove a retomada do equipamento com foco em atrações ao ar livre e uma gestão colaborativa, em acordo com a nova proposta dos espaços culturais da cidade que vêm sendo reabertos. Gastronomia, moda, sarau, acessórios e música integram a programação.
– Nesta fase de reabertura, é importante que os espaços contribuam de maneira segura com opções artísticas, de lazer e entretenimento para a população priorizando as áreas externas, para além de espetáculos – ressalta o gerente de teatros municipais, Douglas Resende. – Estamos, desta forma, expandindo as possibilidades de interação do público com o equipamento cultural.
Das 9h às 15h, artesãos e brecholeiras – há tempos sem oportunidade de trabalho – estarão a postos para a estreia da Feirinha do Sérgio Porto, além da Gastromotiva (gastronomia social) e o Acarajé da Catia, entre outros.
– Com o retorno das feirinhas de artesanato, vejo a possibilidade de agregar novos públicos para minha marca. Nunca expus no Humaitá – conta a artesã Raquel Soares, do Engenho de Dentro, zona Norte do Rio. Desde 2015, ela cria acessórios exclusivos para bonecas.
O mesmo acontece com o projeto Encontro de Brecholeiras, sediado na Cufa em Madureira, que reforçou o estoque para a estreia na zona Sul. “Somos 90% de mulheres trabalhando de forma sustentável vendendo peças usadas, e nunca tivemos a oportunidade de expor nesta região da cidade, de onde vêm muitos comprar com a gente em Madureira”, diz Michelle Rey, que está sem conseguir trabalhar presencialmente desde o início da pandemia.
Alimentação sustentável e inclusiva em um mundo plurilateral é uma das bandeiras da Gastromotiva, movimento de gastronomia social criado pelo chef suíço David Hertz, que recebeu a Ordem do Mérito Cultural Carioca este ano.
– Em meio a um cenário desafiador é fundamental unirmos forças em prol de iniciativas de fomento ao microempreendedor local e informal. Um evento como este fomenta a economia criativa, solidária e circular. Abre novos caminhos de parcerias com a Secretaria de Cultura – observa Hertz.
Há quase 15 anos, a baiana Catia Nascimento, de São Cristóvão, se veste a caráter para vender acarajé na Praia Vermelha. Na pandemia, o jeito foi investir no delivery. “Fiquei sem vender nada por dois meses. Foi muito difícil.”
Sarau com Chacal e músicas de amor
Artistas que fizeram história no Sérgio Porto também marcam presença; dos confirmados, o poeta Chacal com o icônico CEP 20.000 (10h); o ator Bruce Gomlevsky – eternizado como Renato Russo no teatro – cantando músicas de amor (11h) e o ator, produtor e DJ Rodrigo Penna (Bailinho; 12h).
– Acho importante voltar a colocar a cara na rua, de máscara – comemora Chacal, poeta e fundador do CEP 20.000 – fixado no Sérgio Porto em 1990 (junto com o escritor e produtor Guilherme Zarvos). – O Rio precisa de um hospital de campanha da cultura, com feiras assim. Com responsabilidade não tem erro.
A entrada será gratuita, mas restrita a até 40% da capacidade (40 pessoas ao mesmo tempo). Haverá álcool em gel, controle de entrada e saída de visitantes, medição de temperatura na porta e demais medidas protocolares, como distanciamento e a obrigação do uso de máscaras.
Mais de um ano fechado e sem energia
Em mais de um ano fechado, o Sérgio Porto passou por reformas de cabine (cheia de cupim), troca de madeira e abertura da parte dos fundos para eventos. Não é pouca coisa. Em janeiro, o espaço foi encontrado com a energia cortada, por flagrante de “gato”, segundo a Light.
De luzes acesas, uma das maiores novidades ali é a área dos fundos a céu aberto, que ganhou um tapa no visual e grafite do MC Airá Ocrespo, autor do projeto “Portais para o futuro”.
– Pintamos juntos nessas paredes o que sonhamos para o futuro da cidade – resume Ocrespo.
A prioridade nesta retomada, adianta Marcus Faustini, é envolver o equipamento com seu entorno, se comunicar.
– Literalmente, vamos derrubar muros, promover feiras e eventos de gastronomia, fazer com que os moradores se sintam parte – diz o secretário municipal de Cultura Marcus Faustini. – Nossa equipe está mapeando um raio de 2km no entorno de cada centro cultural da prefeitura em busca de criar um diálogo com os moradores.
E assim, com o lema “A cultura é a liga da cidade”, os equipamentos cariocas, aos poucos e com todo cuidado, seguem voltando à vida. A Feirinha do Sérgio Porto será mensal, sempre num sábado, ao longo do dia. No segundo semestre haverá chamada para ocupação artística do local.
Quem vem para a Feirinha do Sérgio Porto
Curimba, de Olaria (bebidas)
Wilma Boss Artesanato, do Encantado (costura/artesanato)
Sássayn, de Duque de Caxias (ervaria)
Livraria Caminhos do Saber, de Duque de Caxias (livreiro)
Raquelasbrindes, do Engenho de Dentro (roupas e acessórios)
Arte Crespa, de Brás de Pina (artesanato)
Use Basha, de Duque de Caxias (acessórios)
Arte-Sã, de Vila Isabel (artesanato)
Brecholeiras de Madureira e da Praça Seca (brechó)
Mania de Comprar Bazar, de Brás de Pina (acessórios)
Bella for Life, de Ramos (beleza)
Acarajé da Catia, de São Cristóvão (acarajé)
Gastromotiva, do Centro (sal fitoterápico e doces)
Atrações:
10h – Chacal com o icônico CEP 20.000
11h – Bruce Gomlevsky cantando músicas de amor
12h – Rodrigo Penna (Bailinho)
Espaço Cultural Sérgio Porto: Rua Humaitá 163, Humaitá (entrada pela Rua Visconde e Silva) – 2535-3846. Sáb (12 de junho), das 9h às 15h. Grátis. Livre.
Ingressos gratuitos no Sympla: https://www.sympla.com.br/produtor/teatrosergioporto