Prefeitura e C40 discutem ações e projetos para acelerar criação de empregos bons, justos e verdes nas cidades pelo mundo

Publicado em 12/09/2023 - 12:08 | Atualizado em 12/09/2023 - 12:22
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Workshop discute sobre como incentivar a geração de empregos justos, bons e verdes - Beth Santos/Prefeitura do Rio

A Prefeitura e a C40 Cities – grupo de grandes cidades mundiais para a liderança climática – realizam no Rio a Academia de Ação Climática Inclusiva (Inclusive Climate Action – ICA Academy), um workshop com representantes de cidades de diversas parte do mundo sobre como incentivar a geração de empregos justos, bons e verdes, e acelerar a transição para uma economia sustentável. Até sexta-feira, integrantes de cidades constituintes da C40, organizações internacionais, ONGs locais e autoridades estarão debatendo o tema, que mobiliza cada dia mais o planeta impactado pelas mudanças climáticas. Nesta terça-feira (12/9), o prefeito Eduardo Paes recebeu no Palácio da Cidade os participantes da ICA Academy para o diálogo “Bons empregos verdes para todos”.

– Queria chamar a atenção para uma questão que considero central nesse debate sobre empregos verdes, sustentabilidade, aquecimento global e mudanças climáticas e que o C40 tem conduzido de maneira competente: o protagonismo das cidades nessas discussões. Estamos falando de um continente, e não só do Brasil, que é essencialmente urbanizado. Um país em que 80% da população vive em cidades. Portanto, o papel das prefeituras nesses temas, incluindo a criação de empregos verdes, me parece ser de protagonismo. Temos de olhar para frente e ver como construir modos e meios que permitam o financiamento para ações voltadas às mudanças climáticas e sustentabilidade por parte das prefeituras. As ações municipais são as mais eficazes e que trazem mais transformações. Toda vez que governos locais se reúnem, como neste evento organizado pelo C40, nós ampliamos a formação da opinião. Eu não tenho dúvida de que são os municípios que vão dar a resposta aos desafios que surgem, incluindo a criação de empregos verdes – afirmou o prefeito Eduardo Paes.

Além do Rio, participam da ICA Academy representantes das cidades de Salvador e São Paulo (Brasil), Accra (Gana), Bogotá (Colômbia), Ekurhuleni (África do Sul), Los Angeles, Seattle (Estados Unidos) e Vancouver (Canadá) para conhecer seus programas de empregos verdes e explorar soluções e iniciativas para criar sinergia entre o mercado de trabalho, a produção de energia e os temas ambientais. Os empregos verdes podem ser definidos como postos de trabalho que contribuem para reduzir emissões de carbono ou para melhorar e preservar a qualidade ambiental, criando comunidades mais saudáveis e justas, com menor desemprego, e economias rejuvenescidas que não serão mais dependentes de combustíveis fósseis.

O workshop tem como objetivo facilitar o diálogo entre as principais organizações da sociedade civil e entidades públicas. Dessa forma, os participantes do evento têm a oportunidade de compreender o que sejam bons empregos verdes e como fazer uma transição para alcançar resultados que beneficiem o conjunto da população, melhorando os meios de subsistência, combatendo a pobreza e acelerando ações climáticas ambiciosas.

– A Academia de Ação Climática Inclusiva é uma iniciativa animadora. O compartilhamento de conhecimento e melhores práticas ajuda a aumentar a ambição e a munir as cidades com as ferramentas para implementar com sucesso ações climáticas eficazes e transformar as comunidades. A C40 tem orgulho de trabalhar com o prefeito Eduardo Paes para apoiar o desenvolvimento de programas que gerem bons empregos verdes no Rio de Janeiro e em outras cidades que se juntaram à Academia – disse o diretor-executivo da C40 Cities, Mark Watts.

De acordo com uma pesquisa da C40, são necessários 50 milhões de empregos verdes com urgência para que as cidades do grupo reduzam as emissões de gases do efeito estufa e limitem o aquecimento global a 1,5°C.

– A discussão da pauta climática é muito importante. Por mais que seja um problema global, os efeitos acabam se dando muito nas cidades. Então, ter estratégias para reduzir os impactos climáticos no âmbito das cidades é fundamental. Além do fato de que as municipalidades têm uma importância política muito forte porque estão mais próximos da população. Na questão dos empregos, temos um problema sério, pois toda transição energética e toda transição digital implicam empregos que precisam ser cada vez mais qualificados. É preciso investimentos em capacitação profissional, em educação, porque cada vez mais os empregos serão sofisticados. Tudo isso precisa ser discutido com certa antecedência para que se tenha tempo de formar toda uma geração que está chegando agora para entrar no mercado de trabalho – declarou a diretora do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da UFRJ, Suzana Khan Ribeiro.

Iniciativas sustentáveis da cidade do Rio

O município do Rio está implementando diversas iniciativas que reduzem as emissões de gases de efeito estufa e, ao mesmo tempo, abordam questões de desigualdade. O Rio estabeleceu como meta, até 2030, que 40% dos empregos na cidade serão verdes, oferecendo salários justos, proteção aos trabalhadores e benefícios. Com o Plano de Ação Climática, a Prefeitura se comprometeu em investir em ações de alto impacto que criem empregos que sejam bons para o planeta, melhorem os meios de subsistência e reduzam as desigualdades.

O Rio é a primeira cidade da América Latina a utilizar energia 100% renovável para abastecer órgãos públicos. A Prefeitura, em uma ação pioneira, por meio da Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, começou a utilizar “Energia Verde”, que privilegia a adoção de fontes limpas e renováveis no Mercado Livre de Energia. A economia para o município, em cinco anos, será superior a R$ 30 milhões nas despesas de energia na sede administrativa. A ação também evita a emissão de 40 mil toneladas de CO2 e, com isso, zera as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

O Solário Carioca – projeto de instalação de usina fotovoltaica em Santa Cruz – também abastecerá imóveis públicos, gerando economia anual de pelo menos R$ 2 milhões para o município. A Usina Solar Fotovoltaica funcionará no modelo de minigeração distribuída de energia limpa e terá potência de 5 megawatts (MW), com mais de 11 mil painéis. A estimativa é que a energia gerada abasteça cerca de 45 escolas municipais ou 15 Unidades de Pronto Atendimento (UPA).

A iniciativa Recicla Comunidade faz parte do programa Favela com Dignidade, da Secretaria Municipal de Ação Comunitária, que busca melhorar a gestão de resíduos da cidade ao mesmo tempo em que aumenta as oportunidades de rendimento, desenvolve competências e promove a inclusão econômica dos moradores das comunidades. Ao entregar os resíduos que coletam nos pontos de reciclagem, os moradores recebem créditos que podem utilizar no comércio local. O programa atende, hoje, onze comunidades e a previsão é de que outras nove sejam beneficiadas até o próximo ano. Foram recolhidas 250 toneladas de recicláveis. No total, 2,5 mil pessoas foram beneficiadas pelo projeto, gerando R$ 300 mil em renda extra para os moradores. O projeto tem 280 comerciantes cadastrados.

  • 12 de setembro de 2023
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