Representante das Nações Unidas visita Cozinha Comunitária Carioca e elogia projeto da Prefeitura

Publicado em 29/06/2022 - 17:12 | Atualizado
A previsão é de que cada Cozinha Comunitária Carioca sirva 5.600 refeições por mês - Divulgação

A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), que lidera os esforços mundiais de combate à pobreza e a erradicação da fome, enviou, nesta quarta-feira (29/6), representante para conhecer o programa Cozinha Comunitária Carioca, da Prefeitura do Rio. A oficial de comunicação da FAO no Brasil, Aline Czezacki Kravutschke, visitou a cozinha inaugurada em Bento Ribeiro, na Zona Norte, e ressaltou o comprometimento do município com a política pública que cria uma rede de segurança alimentar na capital carioca.

 

– A FAO desenvolve no mundo todo um trabalho pensando em combater a fome. Como nós conseguimos atingir então a fome zero? O Brasil é um grande produtor de alimentos, e a FAO considera inadmissível que o Brasil enfrente situação de insegurança alimentar grave. Para nós, isso não é uma possibilidade mais, precisa acabar. Nós ficamos muito felizes de conhecer esse programa, de estar aqui hoje, de ver que o Rio de Janeiro está comprometido e realmente trabalha para que isso não aconteça mais, para que no futuro a gente não tenha mais nenhuma pessoa passando fome, ou que não consiga sustentar sua família, que não consiga alimentar seus filhos. Então, é uma honra para mim estar aqui – declarou a representante da FAO diante de um público de 200 pessoas em situação de vulnerabilidade, que recebeu as primeiras refeições da cozinha de Bento Ribeiro.

 

Essa Cozinha Comunitária Carioca tem parceria com a sociedade civil por meio do Instituto Sol. Cada unidade do programa está sendo implantada em áreas onde organizações sociais atuam, possibilitando a instalação mais rápida do programa nas áreas mais vulneráveis da cidade. Aline Kravutschke provou direto da panela o feijão que seria servido e elogiou o cheiro e o sabor.

 

– Quero parabenizar o Instituto Sol também por toda a ação que realiza na comunidade. Acredito que são vocês, que estão na ponta, que estão ali no dia a dia, que entregam esses alimentos, que realmente fazem diferença na vida das pessoas. Nós estamos por trás, tentando levar a política pública, tentando trazer uma perspectiva mais macro, mais global, um pouco mais em nível de governo, mas realmente a diferença no dia a dia são vocês que fazem. Espero que esse projeto seja um sucesso porque não queremos ver ninguém mais com fome – disse Aline Czezacki Kravutschke.

 

A secretária municipal de Assistência Social, Maria Domingas Pucú, tinha se reunido no dia anterior com Rafael Zavala, representante da FAO no Brasil; Gustavo Chianca, representante adjunto da FAO no Brasil; coordenador de Relações Internacionais da Prefeitura do Rio, Bruno Oliveira; e a própria Aline para tratar do Dia Mundial de Alimentação, que será celebrado em 16 de outubro. Ao expor os detalhes do programa Prato Feito Carioca, que engloba a Cozinha Comunitária e o cartão magnético, o organismo internacional mostrou interesse em conhecê-lo de perto.

Por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, a Prefeitura do Rio também inaugurou, nesta quarta-feira, a Cozinha Comunitária Carioca de Campo Grande, na Zona Oeste da cidade, em parceria com a organização da sociedade civil NEAC (Núcleo Especial de Atenção à Criança). Maria Leopoldina Cardoso, de 55 anos, que mora com a filha de 15 anos e não possui renda, recebeu a primeira refeição.

 

– A cozinha será muito importante porque o trabalho é incerto. As refeições nos dão segurança – agradeceu ela, que trabalha como diarista e está há dez anos sem conseguir ter emprego com carteira assinada.

 

A 30 quilômetros de distância, a manicure Inajara Silva, de 27 anos, que vive com os filhos de 6 e 3 anos, recebeu alimentação na cozinha de Bento Ribeiro.

 

– O dinheiro que gastaria no almoço vai sobrar para as crianças – afirmou.

 

Os 47 CRAS da Secretaria Municipal de Assistência Social são responsáveis pela seleção do público para receber gratuitamente as refeições das Cozinhas Comunitárias Cariocas por toda a cidade: famílias que têm renda mensal per capita de até R$ 105. De acordo com levantamento da secretria a procura pelos serviços dos CRAS aumentou 110% entre janeiro e maio deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado.

A previsão é de que cada cozinha sirva 5.600 refeições por mês. Serão inauguradas mais cinco cozinhas até o início de julho. Já foram inauguradas as da Mangueira (Projeto Sacode Mangueira), Andaraí (Clube Renascença), Realengo (Centro Brasileirinho de Atenção a Criança e Adolescente), Anchieta (Projeto Novo Viver), Tanque (Congregação Mariana), Vila Kennedy (União de Moradores da Vila Progresso), Costa Barros (QG da Cidadania), Guaratiba (Proespv). Um total de 15 cozinhas Comunitárias Cariocas.

As cozinhas nas comunidades são qualificadas, equipadas e integradas ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Cada uma dessas instalações recebe apoio operacional e técnico da Prefeitura para oferecer refeições nutritivas e balanceadas, com respeito às normas de manipulação de alimentos do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária. A Secretaria de Assistência Social fornece equipamentos, alimentos e todas as cozinhas têm equipes constituídas por coordenador, nutricionista, assistentes, estagiários e técnicos. E o “cozinheiro solidário” atua como grande articulador local.

Embora previstas pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), criado em 2006, as cozinhas comunitárias nunca foram implementadas de forma sistemática como programa de governo em nenhuma cidade brasileira. Têm a vantagem de oferecer alimentação na própria comunidade onde vivem famílias vulneráveis. E integram, na cidade do Rio, um programa global que também inclui o Cartão Prato Feito Carioca.

  • 29 de junho de 2022
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