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Refugiada encontra vida nova em abrigo da Assistência
Publicado em 19/06/2021 - 12:35 | Atualizado em 19/06/2021 - 13:03- Início/
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Yhipsy Mariana Vera Bacco, 37 anos, vive hoje no Rio em um abrigo da Secretaria Municipal de Assistência Social. Em breve, deverá alugar seu próprio espaço. Sua mais constante forma de comunicação agora é o sorriso: venezuelana, ela pediu refúgio no Brasil por conta das dificuldades econômicas de seu país e viveu um período dificílimo até ser resgatada pela Polícia Militar como possível vítima de tráfico de pessoas destinadas a trabalho escravo. No Dia Mundial do Refugiado, neste domingo (20/06), Yhipsy estará se preparando para ir trabalhar, na segunda, animada com o futuro que agora tem pela frente.
Na rede municipal de abrigos há hoje 20 imigrantes e quatro refugiados, da Holanda, Marrocos e da Venezuela. Desde 1º de janeiro, a Assistência Social atendeu 54.370 refugiados e imigrantes de 22 países de quatro continentes e, também, migrantes brasileiros – que saem de seus estados de origem em busca de vida melhor em outro lugar do país.
Yhipsy era pedinte em estações do Metrô do Rio e correu o risco de desaparecer nos subterrâneos do tráfico de trabalho escravo. Ao ser resgatada, foi levada à Cáritas Brasileira (organização da CNBB que cuida de refugiados) e, depois, em outubro de 2020, em plena pandemia, encaminhada ao abrigo da Assistência Social.
– Desde o início se mostrou muito interessada em estar em outra posição. Trabalhamos a autonomia dela – relata a psicóloga Fernanda Castro, que acompanha o caso.
Yhipsy fez, por conta própria, contato com os recursos humanos do McDonald’s e conseguiu o emprego de atendente em março. O sorriso se alarga mais ainda quando descrevem isso: a venezuelana é portadora de necessidades especiais, não ouve e tem enorme dificuldade de fala.
– Apesar das deficiências motora, auditiva e de fala, ela foi se empoderando aqui no acolhimento, fomos vendo as questões de saúde – descreve Fernanda Castro.
A diretora do abrigo, Érika Curcio, conta que também conseguiram com que Yhipsy legalizasse sua situação no Brasil para que pudesse trabalhar. Ainda registraram-na no CadÚnico (cadastro dos benefícios sociais) para assegurar-lhe mais independência.
– É um caso de sucesso porque ela nunca se recusou aos encaminhamentos da equipe para superar seus desafios: as deficiências físicas e o fato de falar outra língua – detalha a psicóloga.
A diretora do abrigo se comunica com Yhipsy pelo celular. Uma tecla de lá, outra tecla daqui e os diálogos vão construindo um outro caminho para a venezuelana.
– Ela faz bons relacionamentos, funcionários gostam dela, ela é carismática, tem personalidade forte – diz, carinhosamente, Erika Curcio. Acompanhando o curso de informações sobre ela, sem qualquer timidez, Yhipsy esbanja o seu largo sorriso.