Mulheres do Rio Acolhedor conhecem escritoras negras

Publicado em 19/03/2019 - 17:51 | Atualizado em 19/03/2019 - 18:37

As mulheres do Complexo Rio Acolhedor, em Paciência, tomaram, hoje, conhecimento dos trabalhos das escritoras negras Carolina de Jesus, Conceição Evaristo e Geni Guimarães durante a palestra da pesquisadora e mestre em história Carolina Rocha.

O evento faz parte das comemorações programadas para março, pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH), pelo Dia Internacional da Mulher. “Precisamos potencializar o que já existe dentro dessas mulheres, suas histórias e vivências” – afirma Carolina.

Ao falar de cada uma das três escritoras, Carolina Rocha destacou o fato delas não serem muito conhecidas, o que segundo ela pode ser atribuído à discriminação racial e social. “Mulher negra não pode escrever, a sociedade não aceita” – disse.

Carolina de Jesus, era catadora de papel, moradora do bairro Canindé, em São Paulo, e autora do livro “Quarto de despejo – diário de uma favelada”. Conceição Evaristo tornou-se mais conhecida recentemente ao ser indicada para a Academia Brasileira de Letras e Geni Guimarães foi citada pela forma simples e extremamente sensível ao descrever sua relação com a mãe.

“Precisamos divulgar o trabalho dessas autoras e mostrar a todos, e em especial ao mundo acadêmico, o valor dessas escritoras que sofreram por serem negras, mas continuaram produzindo e construíram uma obra de grande valor com seus livros” – afirma o secretário da SMASDH, João Mendes de Jesus.

O secretário ressaltou ainda que a discriminação sufocou a produção dos autores negros no passado e até hoje essa situação permanece. “Não podemos esquecer Lima Barreto, Luiz Gama, Machado de Assis e Cruz e Souza, só para citar alguns de nossos brilhantes escritores e poetas negros brasileiros” – conclui João Mendes.

  • 19 de março de 2019
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