Secretaria Municipal de Cultura - SMC
Como é difícil pensar uma gestão estruturante e por mais diversidade

15/02/2017 10:38:00


O cenário adverso que desacelera a economia brasileira em seus vários setores tem sido um importante e indispensável instrumento no processo de redesenho da nova política de gestão da Secretaria Municipal de Cultura do Rio, pasta da qual assumi a titularidade há 30 dias. O trabalho, árduo e repleto de desafios, pautado incondicionalmente pela diversidade, vem sendo desenvolvido com atenção e cautela por uma equipe qualificada, que compomos neste período. Lançando mão do diálogo, da transparência e da objetividade, buscamos superar as adversidades sem, no entanto, tornarmos-nos indiferentes aos fundamentais debates propostos pela sociedade civil organizada e por representantes do setor cultural carioca.


Temos uma meta, já amplamente divulgada, que se relaciona ao estreitamento do hiato existente entre cultura e educação. É preciso que compreendamos, de forma definitiva, a necessidade de desenvolvermos políticas públicas de Estado (e não apenas de governo) que estabeleçam uma interlocução constante entre os dois setores nas três esferas governamentais. No munícipio do Rio, já estamos debruçados na formulação de ações com vistas ao alcance desse objetivo.


Cabe salientar que, conforme decreto proposto pelo prefeito Marcelo Crivella, vivemos em um atípico momento de contingenciamento orçamentário. Mas, com otimismo, perseverança e trabalho focado, não fugiremos à responsabilidade na construção de novos modelos de política de fomento à cultura e na ampliação de mecanismos de democratização do acesso às artes. O impacto social gerado pelos projetos contemplados por programas de incentivo à produção cultural carioca merece uma profunda reflexão. Temos urgência em identificar junto às comunidades e aos nossos equipamentos culturais os resultados efetivos gerados pela implementação de todos os programas até então vigentes. Há que se buscar compreender o grau de comprometimento que todos nós (poder público e sociedade civil) precisamos dispensar ao consumidor de cultura do Rio de Janeiro. COMO FICAR ALHEIO A ESTE MOMENTO DE AUSTERIDADE. Pertencemos a uma rede, mesmo aos querem seguir alheio ao que se passa a sua volta.


Não podemos (e nem devemos) nos aprisionar na lógica de um incentivo financeiro-cultural, por meio direto ou via renúncia fiscal, que se volte exclusivamente para quem produz cultura. Desejamos que o processo de democratização às artes, que tanto ressaltamos, atenda também (e sobretudo) às demandas do público consumidor.
Para isso, estudamos a criação de um sistema de informações gerenciais que nos auxilie na mensuração dos impactos gerados pelos programas de fomento à cultura que elaboramos.

 


Acreditamos verdadeiramente no caminho que estamos alicerçando. Os equipamentos culturais da prefeitura, independentemente de sua localização geográfica, receberão tratamento equânime, com recursos de manutenção previstos em orçamento. A fruição de bens culturais na cidade, tangíveis ou não, passa necessariamente pela conservação física de nossos teatros, centros culturais, bibliotecas, lonas e arenas. Como fazer circular a produção carioca, sobretudo a subvencionada pela prefeitura, quando a maioria de nossos equipamentos encontra-se em delicado estado de conservação ?
São muitos os desafios. A criação do Sistema Municipal de Cultura também está entre as nossas prioridades, porque integra um modelo de gestão criado pelo Ministério da Cultura (MinC) para estimular e integrar as políticas públicas culturais implantadas por governo, estados e municípios. O objetivo do sistema é descentralizar e organizar o desenvolvimento cultural do país, para que todos os projetos tenham continuidade, mesmo com a alternância de governos.


Para finalizar, destaco que compreendemos a delicadeza do momento pelo qual atravessamos e os pleitos que se apresentam. Uma agenda vem sendo construída para que possamos atender a todos, ouvir e dialogar com cada um, coletivos ou não. Tenho trabalhado exaustivamente por uma participação social e NÃO POR UMA PRESSÃO - fundamental na política que traçamos para os nossos próximos quatro anos à frente da Secretaria Municipal de Cultura do Rio.


Que tal seguirmos juntos por uma gestão responsável !