Guarda Municipal do Rio de Janeiro - GM-Rio
Guarda cria bebedouro que virou ponto de observação de pássaros no Parque da Catacumba

Iniciativa beneficiou diversas espécies que buscavam água na lagoa


01/11/2018 17:03:00


"Eu só queria facilitar a vida dos passarinhos, mas acabei fazendo um bem para as pessoas que visitam o Parque da Catacumba", conta o guarda municipal Eduardo Gomes Tavares, do Grupamento de Defesa Ambiental, que no seu dia a dia teve a sensibilidade de construir um bebedouro ao perceber, no vai e vem dos pássaros, que no local não havia nascente com água fresca. Os pássaros precisavam ir até a Lagoa Rodrigo de Freitas para beber água.


No início, ele mesmo se encarregava de abastecer o pequeno reservatório, mas hoje o espaço conta com quatro novas construções instaladas pela administração do parque municipal da Lagoa e abastecidas por bombas d`água. O local se transformou em ponto de observação de pássaros, ganhando recentemente uma placa oficial que leva o seu nome como idealizador. O primeiro bebedouro foi construído com apoio e doações e tinha capacidade de aproximadamente 30 litros, mas foi o suficiente para chamar a atenção de um casal de jacus.


- Eles começaram a vir beber água e se refrescar, mas a novidade agradou tanto aos jacus, que a família aumentou e hoje tem mais seis integrantes que disputam o espaço com outras espécies, como sabiá, rolinha, saíra,viuvinha negra e o tucano do bico preto - conta o guarda Tavares, que trabalha há 17 anos no parque e quis contribuir com a natureza.

 

A iniciativa foi há 12 anos, quando Tavares resolveu colocar literalmente a mão na massa para construir o primeiro bebedouro e matar a sede dos pássaros. O serviço era feito sempre às segundas, dia em que o parque era fechado ao público. Ele ainda teve o cuidado de colocar peixes barrigudinhos, uma espécie que se alimenta das larvas de insetos, para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.


O gestor do Parque da Catacumba, Felipe Oliveira, disse que a falta de uma fonte de água fez com que diminuísse o número de aves na época.


- Com o tempo, percebemos que havia cada vez menos espécies no parque porque elas buscavam beber água e se banhar na lagoa. A iniciativa foi realmente muito boa e gerou um retorno positivo para a natureza. Com a criação do lago artificial, as aves não saem e habitam mais aqui e assim conseguimos ver as diferentes espécies - afirma o gestor.


A preocupação ambiental do guarda municipal também não parou por aí e foi além do famoso parque da Zona Sul. Nesses 17 anos, ele calcula que já plantou aproximadamente 200 espécies de árvores, algumas nativas como ipês branco e rosa, aroeira, além de frutíferas, como abiu, amora, acerola, condessa, nêspera, goiaba, jabuticaba e até urucum, utilizado na culinária como condimento.


Morador de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, onde também já espalhou árvores pelas ruas do bairro onde nasceu, Tavares conta que é um amante da natureza, e sempre que tem uma oportunidade consegue dar um jeitinho para aumentar sua produção.


- Tenho sempre alguma espécie que compro ou ganho de amigos a espera de um cantinho para ela. O que me dá prazer é poder contribuir com o meio ambiente. Fico muito orgulhoso quando vejo algumas de minhas plantas servindo de descanso ou até de alimento para algum passarinho ou outro animal. Acho que é isso que dá mais sentindo a vida – ensina o guarda municipal, destacando que não é apenas plantar, mas é fundamental cuidar para ter o crescimento saudável. 


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